Pedro Cardoso deu aula de Trabalhismo no Ciro Games

Pedro Cardoso Ciro Gomes
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Sempre fui fã do Pedro Cardoso. Sempre, mesmo. Não perdia um capítulo da Grande Família e meu personagem preferido era ele, o eterno Agotinho Carrara.

Um taxista trambiqueiro e cheio de malandragem que só se estrepava em suas artimanhas tão espertas quanto idiotas.

Mas o Pedro Cardoso, mesmo, a pessoa, comecei a conhecer mais nos últimos anos. E que cara espetacular é o Pedro Cardoso.

Pela serenidade sem deixar de ser firme. Pela coragem sem precisar ser chulo.

Toda vez que vejo ele opinando sobre algum assunto, me salta aos olhos a sua capacidade de refletir e propor reflexões com uma fala mansa porém potente.

Dessa vez, foi no Ciro Games, o programa semanal do Ciro em que ele recebe todo tipo de gente pra debater todo tipo de assunto.

Entre as mil e uma colocações pertinentes do cara, eu cheguei que vibrei com a aula dele – simples e objetiva – sobre o que é o Trabalhismo.

É claro que já li grandes autores – sobretudo os nossos – que escreveram teses, artigos e grandes livros sobre o trabalhismo nosso, nacional, nacionalista e brasileiro.

Mas veja que aula daquelas de quem ensina sem precisar mostrar que leu mais que o aluno:

“Somos os câmeras-man, somos os eletricistas, não somos apenas os ‘bonitinhos’ que botamos a cara na tela. O meu trabalho não é mais importante que o de ninguém, entretanto a chantagem comercial faz com que eu valha mais que os outros. Não é justo. Daí o Trabalhismo. Os ecos de um ‘getulismo’, com todos os defeitos que o Getúlio tem, mas o que é o Trabalhismo? Valorizar mais o trabalho que o Capital. Quer dizer, o trabalho ter perante o Capital autoridade. Eu não sou contra o Capitalismo, nem de longe sou um comunista, eu sou a favor da iniciativa individual, mas com responsabilidade social, e isso é pagar as pessoas (corretamente)”

Recomendo até ler de novo para não esquecer. Que aula meus amigos.

É com esse tipo de gente como a gente que eu quero ir em frente e sem recuar perante nenhum oponente.

Fiz até rimando viu, Pedro, não sou artista mas como um entusiasta e admirador, às vezes arrisco umas frases meio piegas, mas o faço humildemente com o coração na ponta dos dedos.

Obrigado, viu, mermão? Valeu por usar a sua imagem e o apelo que você tem em todas as camadas sociais para, de vez em cada vez mais constante, falar sobre o drama brasileiro.

E da importância de que os trabalhadores percebam seu lugar no mundo para que, unidos, possam mover-se através da pirâmide social e política.

E como o cara é ‘bão’ demais, ele ainda disparou essa aqui, pra encher esse peito nacionalista de orgulho, de esperança e de certeza de que não, nós não estamos malucos ou ao menos, nós não estamos sozinhos.

“O empresário brasileiro é muito tímido perante o empresário estrangeiro. O empresário estrangeiro está instalado no Brasil através da internet. A internet é um vinculador de conteúdo e principalmente da lógica de pensamento norte-americana. E nós precisamos produzir uma internet brasileira. Eu às vezes penso que eu sou bastante nacionalista, não sendo de maneira nenhuma uma pessoa que tem fobia do mundo, pelo contrário. Mas você se relaciona melhor com o mundo quando você está com o seu ‘amor próprio’ bem construído”

E que recarga de amor próprio nacional você injeta a todos nós ao dizer as coisas que diz com a simplicidade que Deus só confere aos gênios.

Muito obrigado, Pedro Cardoso.

Do lado de cá da loucura, seguiremos lutando muito, sem abaixar a cabeça nem perder a fé nesse povo que sou eu, é você e somos nós.

Conte com esse grão de areia aqui para seguir gritando no deserto por quanto tempo for preciso até que, juntos, nós transformemos esse país.