A esquerda nem anotou a placa do tanque

A esquerda nem anotou a placa do tanque
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O que aconteceu, mas o que aconteceu mesmo, ontem?

A esquerda não faz nenhuma ideia.

Voltou a ser pautada por Bozo, mas isso, a esquerda cirandeira e o lulismo já estão acostumados, não é novidade. A diferença é que a ciranda o faz naturalmente e por pura incapacidade, e o lulismo por pura falta de escrúpulos, já que aos últimos interessa a polarização a todo custo.

Parlamentares como Freixo e Molon comemoraram em suas redes a “derrota” de Bolsonaro, e o fizeram usando da mesma canalhice que caracterizou seus discursos mentirosos e mistificadores sobre o voto impresso.

Falando de “coronéis”, “milícias”, “atraso”, “volta ao passado”.

Mas ontem eles deram a Bolsonaro a única vitória que ele teve no dia.

E o Exército sua derrota.

O objetivo de Bolsonaro com sua “tanqueata” não era intimidar o Congresso, o Congresso ele ainda tem no bolso.

Ou o bolso dele.

O objetivo era intimidar o Supremo.

A resposta era simples.

Se vocês podem ameaçar, eu posso muito mais.

O Supremo, como se tornou comum no Brasil, saiu de sua caixinha para chantagear à luz do dia os partidos brasileiros, apavorado com a perspectiva de ter que obedecer a lei que rasgou três vezes e modernizaria o sistema eleitoral brasileiro.

Porque fizeram isso, “Deus” sabe.

Ele sabe e ajudou, porque está devendo até o pescoço.

Bolsonaro podia dar uma resposta política e desmoralizante ao Supremo. Mas ele não queria o voto impresso. Ele queria a narrativa.

Ele tinha que ser mais antidemocrático e rasteiro que o Supremo. Então convocou tanques para desfilar na frente do Palácio do Planalto e seu gado para pastar no concreto da Praça dos Três poderes.

Acontece que o Palácio do Planalto é de frente para o STF.

E foi de frente para o STF que Bolsonaro e seus ministros militares se postaram para assistir à “tanqueata”.

Para nossa sorte, o gado não quis comer concreto e único tanque que apareceu foi um “fumacê”. Os carros blindados poucos e ultrapassados.

Mas eram bem mais que um cabo e um soldado.

Bolsonaro se desmoralizou simbolicamente com o espetáculo de desmonte de nossas FFAA.

O desfile extemporâneo foi abandonado pelo povo e sabotado pelo próprio Exército, o que foi fatal demonstração de fraqueza para o antipresidente.

Mas não no Congresso.

Lá, Bolsonaro mostrou que ainda está vivo.

Lira fez o que quis.

É o novo dono da bola.

Enquanto fazia a esquerda lutar a luta do “iluminista” Barroso e o militonto de ex-querda comemorar o fim do voto “impresso”, ele transformou os últimos em estagiários de empresas privadas até os 28 anos, tirou suas contribuições nesse período da aposentadoria e fez eles passarem a ser contratados pelas prefeituras por 280 reais sem concurso público com a MP1045 do escravagismo.

Já com o voto impresso deu a Bolsonaro tudo o que ele queria. Votou, mostrou que tem maioria da câmara e não aprovou.

Com isso, Bolsonaro mostra que o impeachment está longe e que tem o discurso para vandalizar as eleições de 2022.

Agora, Bolsonaro, que perdia todas há meses, conseguiu reagrupar sua tropa com outra narrativa: “vamos ser roubados”.

Enquanto ele pediu por modernização das urnas e auditabilidade (sim, o discurso era esse), o discurso da oposição era totalmente mentiroso, falando de coronéis, milícias, atraso e voto em papel.

Todo o esforço dos últimos meses de mostrar que os bolsonaristas estavam numa barragem de fake news na pandemia, foi por água abaixo com as fake news da esquerda e da mídia sobre o voto impresso.

A desconfiança da população nas urnas de primeira geração brasileiras, que já era grande, aumentou nos últimos meses, como mostram várias pesquisas a que os partidos tem acesso.

O Podemos, que faz consulta com seus eleitores permanentemente, por pressão de sua base mudou de posição na hora para apoiar o voto impresso, mesmo sendo o partido mais próximo da ala lavajatista do Supremo.

E, num ato de suprema malandragem, Lira retirou da pauta o projeto modificado de Felipe Barros que previa apuração manual nas secções e colocou em votação de novo o de Bia Kics que era o mesmo que o Congresso já aprovou três vezes nos últimos 20 anos.

Assim, fez líderes do PT, PCdoB, minoria e oposição irem ao microfone para, literalmente, mentirem sobre o projeto, mentiras que serão repetidas pela base bolsonarista nos próximos meses em vídeos de WhatsApp até os tumultos que certamente virão em 2022.

Já no mundo real, Bolsonaro terá bom nível de controle sobre o processo eleitoral e sobre as urnas “seguríssimas” através do Grupo Positivo, que as fabrica, da ABIN que fiscaliza e da PF que investigará as denúncias.

E a esquerda?

Essa aí é só o Bozo do Bozo.

  1. Que arrogância! Um objetivamente militante da direita que se apresenta como alguém da esquerda para atacar…partidos e indivíduos de esquerda. Algo bastante comum em nosso país. Os partidos de esquerda prestam muito pouca atenção aos processos de infiltração de arrivistas e/ou contrabando de idéias que servem aos interesses da direita. Semeadores de cizânias artificiais, que fingem estar ao lado de grandes ideais, além de fingirem serem capazes de enxergar aquilo que centenas dos melhores e mais qualificados analistas do campo progressista não conseguem ver. A leitura do texto permite afirmar que, feitas pequenas correções, o escrito poderia ser usado contra o próprio autor. Ainda bem que o PDT conhece muitos bons quadros que compensam de sobra o estrago feito por seus provocadores.

  2. TODO petista, sem exceção, rumina DIRETO, uma vez que é GADO da medíocre dilma© e do aPedeuTa e ignorante lula®, — o vigarista.
    No lugar de se construir hospitais, durante a “Copa das Copas©” (do PT®) construiu-se prédios inúteis. O PT® é uma farsa.

  3. Texto bem esclarecedor, mas é uma pena que mesmo muitos que vão ler não despertarão desse transe hipnótico no qual foram colocados desde 2016 no começo dessas operações de guerra híbrida promovida pelos ianques (Eua).
    Enquanto ele distraí os fãs dele e os fãs do pt, o patrimônio brasileiro é entregue totalmente ao império do norte: da base de Alcântara ao sistema elétrico, da Petrobras aos Correios e a volta da escravidão com o assassinato da CLT, enquanto desfilavam as latas velhas do exército em Brasília.

  4. E como votaram os parlamentares na MP1045?

    Será que a narrativa sobre determinado objeto… não deveria ter aderência com o próprio objeto?

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