A guerra mundial no setor de semicondutores

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O presidente Biden fortalece a política industrial, com foco no fortalecimento do setor de semicondutores. No mundo, temos EUA, Coreia do Sul, Japão, Taiwan e China.

No Brasil? Temos a CEITEC, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e​ Inovações (MCTI) que atua no segmento de semicondutores desenvolvendo soluções para identificação automática (RFID e smartcards) e aplicações específicas.

Biden sinalizou apoio de financiamento e compras públicas para a cadeia de suprimentos em quatro setores: semicondutores, baterias, produtos farmacêuticos e materiais estratégicos.

De acordo com Peter Harrell, da White House National Security Council, o objetivo é fortalecer a cadeia produtiva nacional: “Iremos usar uma combinação de incentivos para encorajar a produção internamente”.

Desde o final da década de 1990, a indústria de semicondutores dos EUA tem sido a líder em participação no mercado de vendas global, com quase 50% de participação no mercado global anual, conforme consta na figura:

Além disso, as empresas de semicondutores dos EUA mantêm uma posição de liderança ou altamente competitiva em P&D, design e tecnologia de processo de fabricação. Depois dos EUA, temos a Coreia do Sul, Japão, Europa, Taiwan e China.

A indústria de semicondutores dos EUA mantém a liderança no mercado de vendas de semicondutores lógicos e analógicos. No entanto, para memória e semicondutores discretos, as indústrias de outros países lideram.

A Ásia continua a dominar os aspectos terceirizados da produção de semicondutores. Quase 80% das fundições de semicondutores e operações de montagem e teste estão concentradas na Ásia.

Nessa figura, os principais setores consumidores de semicondutores: comunicação (33%), Computadores (28,5%),consumo (13,3%) e automotivo (12,2%).

Nos EUA, Biden já deixou claro que irá direcionar as compras públicas para o mercado interno e para as indústrias norte-americanas, para fortalecer cadeias produtivas locais e empresas nacionais, inclusive priorizando o setor de semicondutores.

A disputa tecnológica entre Samsung e TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Co.) pelo domínio tecnológico de semicondutores, mostra como o setor é estratégico, e a importância da CEITEC no Brasil.

O interessante é que a demanda por semicondutores partindo do setor de automóveis está crescendo, pressionando as empresas a acelerarem sua produção.

A TSMC, de Taiwan, é um exemplo disso.

A Samsung tem realizado amplos investimento na expansão de sua produção de Chips pelo mundo. Recentemente, anunciou com mais detalhes seu plano de investimento de US$ 17 bilhões em uma fábrica nos EUA.

A Samsung planeja investir cerca de US$ 17 bilhões em seu Projeto Silicon Silver e criar cerca de 1.800 empregos nos primeiros dez anos. US$ 5,1 bilhões iriam para prédios e benfeitorias imobiliárias, enquanto US$ 9,9 bilhões seriam gastos em máquinas e equipamentos.

O Projeto Silicon Silver da Samsung teria abatimentos de impostos sobre a propriedade que totalizariam cerca de US$ 1,5 bilhão em 20 anos nos níveis municipal e municipal. A produção econômica seria de cerca de US$ 8,6 bilhões e os salários totalizariam US$ 7,3 bilhões.

A escassez de semicondutores, causada pela mudança nas prioridades da cadeia de suprimentos devido à pandemia, prejudicou a produção de automóveis nas últimas semanas.

Há uma janela de oportunidade para mais empresas se inserirem no setor. A CEITEC é estratégica nisso.

Nessa coluna, Júlio Leão mostra como os EUA e Europa têm planos de investimentos de U$500 bilhões em semicondutores. No Brasil, vamos extinguir a CEITEC!

Em outra coluna, mostro como o catch up tecnológico e a superação da renda média tem como um dos principais elementos o desenvolvimento da indústria de semicondutores, de modo que o papel do CEITEC no Brasil é essencial.

Por fim, recentemente, a China anunciou um Plano de US$ 1,4 trilhão para dominar a indústria mundial de semicondutores até 2025, em resposta às restrições dos EUA.