A centralidade das Forças Armadas no Projeto Nacional do Brasil

A centralidade das Forças Armadas no Projeto Nacional do Brasil
Botão Siga o Disparada no Google News

O Brasil foi construído pelas Forças Armadas. Independência, República, revolução de 30, Estado Novo, regime militar, a própria redemocratização, nada disso existiria sem a decisiva participação militar. Indústrias de base, infraestrutura, integração nacional, direitos trabalhistas e sociais, grande parte do sistema universitário e da ciência e tecnologia nacionais idem.

A contribuição da direita e da esquerda puramente civis foi praticamente nula. Mesmo o antigo PSD e o trabalhismo eram civis-militares por definição genética, pois representavam os distintos grupos civis coligados com os militares no apoio à Revolução de 30 e ao Estado Novo, e tinham fortes alianças com setores militares de todos os matizes ideológicos.

Na verdade, em todos os momentos em que a direita e a esquerda puramente civis se alçaram ao poder, o que houve foi o desmantelamento da instituição Forças Armadas e o desmanche e a entrega total do país, como nos governos Campos Sales e FHC. Nesses casos, o estrago só não foi maior pelo contrapeso das oligarquias regionais, que bem ou mal precisam de um mínimo de país para continuarem existindo.

As Forças Armadas são a única instituição nacional hoje com memória institucional de projeto nacional. Não existe projeto nacional hoje sem protagonismo militar. Os grupos políticos interessados em um projeto nacional devem procurar as Forças Armadas e fazer as alianças e parcerias necessárias, não obrigatoriamente por afinidade ideológica mas por conveniência prática para retomar a construção do país.

Quem ficar de birrinha com as Forças Armadas, pelo motivo que for, não está preparado para a política no Brasil. Terá como destino ou a irrelevância ou se aliar a grupos estrangeiros como ongs, “Nações Unidas” e outras bobagens para esconder a realidade militar da geopolítica dos países centrais.

Forças Armadas + oligarquias locais (centrão) impediram que a tríade demencial Paulo Guedes + Sérgio Moro + Olavo de Carvalho arrasasse completamente o Brasil. Sem os militares e sem o centrão, o governo Bolsonaro levaria o Brasil ao fim. Mas o país é grande demais para acabar e não será reconstruído sem um governo amparado pelas Forças Armadas e pelas oligarquias locais. A coalizão varguista continua atual e necessária.

Não quero dizer que as Forças Armadas e as oligarquias locais em si vão “salvar” o Brasil. Mas, sim, que sem elas não se faz nada no Brasil. São as condições políticas que a história nos proporcionou. E não se entenda por isso que o Brasil seja necessariamente “conservador”.

Todas as conquistas que tivemos, inclusive a de fazer a maior revolução industrial do século XX fora do bloco socialista e com amplos direitos sociais e trabalhistas, só foi possível pelo apoio e até mesmo protagonismo das Forças Armadas e das oligarquias locais. Continua havendo oportunidade para isso, e eu diria que hoje há até mais, já que o mundo não é mais “bipolar” entre dois impérios mas, cada vez mais, multipolar entre várias potências regionais, o que dá mais espaço de manobra interna para o desenvolvimento nacional.