Por André Luiz dos Reis – Mariupol foi conquistada pelos russos, restando agora o anúncio oficial. A cidade é não só estratégica para a campanha, mas também simbólica, já que se tratava do principal centro dos neonazistas do Batalhão Azov na Ucrânia.
As imagens de cadáveres azovistas são impressionantes. E é claro que enviam um alerta para a resistência ucraniana em outras regiões, principalmente aos ultranacionalistas e supremacistas brancos de dentro e fora do país [mercenários].
HÁ notícias de que o governo de Kiev, ou o que restou dele, está preparado pra deixar a cidade. E que já há deputados ucranianos colaborando ativamente com os russos.
A questão é que os objetivos políticos de Putin já superaram em muito aquelas que pareciam ser as intenções iniciais. Ninguém mais sabe o tanto que a Rússia deseja na Ucrânia. Dugin, considerado por muitos o mais influente pensador geopolítico da Rússia atualmente, embora essa imagem possa ter algum exagero, é muito claro: gostaria de anexação completa do vizinho.
Este é um objetivo inexequível, no entanto. Se é que é levado a sério, de fato, pelo governo Putin, o que não me parece ser o caso.
Mas o tempo de reivindicações mais restritas, apenas focadas no Donbass, também parece ter ficado para trás. A Ucrânia será inviabilizada como Estado soberano, seja por meio de tomada de territórios vitais, seja pela destruição material e pela área de guerrilha que deve surgir no centro e no oeste do país.
Por mais que a derrota da OTAN e dos azovistas seja uma boa notícia, é lamentável que a Rússia tenha criado sua própria ”Líbia” ou ”Iraque”, digamos assim.
Por André Luiz dos Reis