UNASUL: narrativa ou não narrativa

Consenso de Brasília
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UNASUL: narrativa ou não narrativa.

Por Túlio Aramont, caboclo amazonida brasileiro, aspirante à professor, comerciante solidário. Nacionalista por essencialidade, trabalhista por primordialidade.

O fato mais importante da semana que se passou no final do mês de maio de 2023, foi totalmente negligenciado pelos veículos jornalísticos tradicionais do Brasil. Notavelmente, fazendo uma breve pesquisa dos principais portais de notícias não vê relevância e devida importância no fato de que todos os líderes dos países da América do Sul estiveram no em Brasília no dia 30 de Maio a convite da diplomacia do Brasil para recuperar o diálogo regional que tiveram seu ápice em 2011 e vieram caindo desde então.

Sendo um dos objetivos do governo, consolidar a integração regional através da diplomacia, como o intuito de desenvolvimento mútuo entre as nações irmãs latinas. Os objetivos desse encontro são buscar uma agenda de cooperação em infraestrutura, saúde e combate ao crime organizado e criar um mecanismo de integração sul americano seja reestruturando ou substituindo o bloco UNASUL.

É inquestionável aos nacionalistas e as demais forças progressistas que almejam um lugar nosso, na disputa geopolítica incessante do choque das civilizações, essa temática, que por mais que tenhamos crítica pontuais e contundentes ao governo Brasileiro, o Itamarati tem se colocado ao lado certo da história, reconstruindo as ruínas deixadas por Ernesto Araújo.

Que as forças midiáticas reacionárias e oligárquicas questionam isso em defesa da hegemonia anglo-saxã, nós já sabemos. Mas agora, parafraseando Cazuza, exibindo um museu de grandes novidades, criaram um espantalho monstruoso o encontro do presidente Lula com o presidente Maduro, como se fosse um absurdo dialogarmos com um país que faz fronteira com o Brasil e que tem um dos maiores poços de petróleo do mundo com uma reserva de mais de 300 Bilhões de barris.

Maduro é o maior vilão da América Latina, assim disse a mídia que tem compromisso com a verdade. O fato de terem sancionado a Venezuela, sabotando, criando um governo paralelo, proibindo outros países de comercializar, isso não é dito por ordem, mas apenas como linhas complementares, sim, são narrativas, Lula está correto ao afirmar isso.

O mais absurdo ainda são as forças politicas conseguirem comprar essa narrativa para a direita olavista e a ex-querda pós-68, que trem de indignação com Maduro ser recebido como honras de Estados em Brasília. O que chama a atenção foi o pedido de intervenção aos Ianques pelo Sr deputado Zé Trovão, que acusa o presidente venezuelano de traficante, mas o outro fato é que não se tem nenhuma foto de Maduro com drogas. Outro embuste do lado da ex-querda foi Felipe Neto que disse “Sou veementemente contra que essa diplomacia seja feita com sorrisos, abraços e votos de confiança pública com ditadores e com quem ataca os Direitos Humanos”.

Como podemos pensar em soberania com uma mídia tão polarizadora e com compromisso apenas de alimentar bolhas de informação que preenchem os espaços publicitários de seus grupos políticos? É chegada a hora de começar a enxergar a geopolítica como ela é e não como um palco de torcidas que inflam o ego dos sabotadores. Adianto para o fato que todos esses agentes, tanto os criadores quanto os que propagam essas narrativas abrem espaço para que façam como Brasil o que fizeram com a Venezuela, exportando irmãos e irmãs compatriotas para o mendigar por toda a América Latina.