Revolução Africana, uma perspectiva sobre Ibrahim Traoré

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Revolução Africana, uma perspectiva sobre Ibrahim Traoré

Por Breno Frossard, militante da Ação Popular Revolucionária

A Ação Popular Revolucionária saúda e apoia os movimentos revolucionários que estão ocorrendo em vários países da África, especialmente em Burkina Faso, Níger e Mali, onde os povos se levantaram contra as ditaduras neocoloniais e os regimes fantoches que serviam aos interesses do imperialismo francês e norte-americano.

Esses movimentos são liderados por jovens militares patrióticos e progressistas, que contam com o apoio dos comunistas locais, como o primeiro-ministro de Burkina Faso, Apollinaire Joachim de Tambela, um histórico militante marxista-leninista e pan-africanista, que fundou uma filial do Comitê de Defesa da Revolução (CDR) em Nice, na França, nos anos 1980, para apoiar a luta revolucionária de Thomas Sankara.

Thomas Sankara foi um dos maiores líderes políticos africanos do século XX, que transformou seu país, então chamado de Alto Volta, em Burkina Faso, a terra das pessoas íntegras. Sankara implementou uma série de medidas sociais, ecológicas e econômicas que reduziram a mortalidade infantil, aumentaram as taxas de alfabetização e frequência escolar, aumentaram o número de mulheres que ocupam cargos governamentais, aboliram as mutilações genitais, os casamentos forçados e a poligamia, plantaram mais de 10 milhões de árvores para combater a desertificação, promoveram a autossuficiência econômica e a soberania nacional, rejeitando a ajuda do FMI e dos países imperialistas . Sankara foi assassinado em 1987 por um golpe apoiado pela França e pelos EUA.

Os movimentos atuais buscam manter vivo o legado de Sankara e retomar o caminho da revolução democrática e popular. Eles assumiram o poder em seus países após derrubarem os governos anteriores que se mostraram incapazes de lidar com a insurreição jihadista que assola a região do Sahel desde 2015 . Essa insurreição é alimentada pelo tráfico de armas e drogas provenientes da Líbia após a intervenção da OTAN em 2011 , que desestabilizou todo o norte da África. Os grupos jihadistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda se aproveitam da fragilidade dos Estados para impor sua ideologia reacionária e violenta aos povos locais.

Os novos governos enfrentam esses grupos com determinação e coragem. Eles expulsaram as tropas francesas de seus territórios, alegando que elas não estavam ajudando a combater os terroristas e que estavam violando a soberania dos países. Eles também baniu as exportações de urânio para a França e os EUA, acusando-os de explorar os recursos naturais do continente sem benefícios para o povo. Eles se aliaram com os países vizinhos para formar uma federação regional e buscaram novas parcerias internacionais com países como Rússia, Irã e China .

Esses movimentos são nacionalistas com grande apoio popular e representam uma esperança para a libertação da África do jugo imperialista. Eles também são uma inspiração para os povos da América Latina, que sofrem com as intervenções dos EUA e seus aliados na região. A Ação Popular Revolucionária se solidariza com os irmãos africanos e reafirma seu compromisso com a luta pelo socialismo e pela integração dos povos do Sul. Viva a revolução africana! Viva Thomas Sankara! Viva o internacionalismo proletário!

Por Breno Frossard, militante da Ação Popular Revolucionária