O PSol e a desistência de Boulos: os partidos também se suicidam

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ILUSÃO NA ENTRADA. RENDIÇÃO, COMO SAÍDA. É o que consigo dizer, como síntese, sobre essa decisão de Guilherme Boulos. Mas é fácil explicar, quando rememoramos os passos dessa pantomima eleitoral conduzida por forças externas ao PSol.

BOULOS OPEROU para que o congresso estadual do PSol-SP, em 2021, aprovasse sua candidatura a governador do Estado. Certamente, com um duplo objetivo. De um lado, ampliar sua influência política a partir da importante votação no segundo turno da Prefeitura da capital do Estado.

DO OUTRO, e talvez principalmente, sinalizar um apoio claro Lula já no primeiro turno das presidenciais. E o faz – porque até o retorno de Lula, o PSol cogitava de Boulos para a presidência -, na ilusão de que, apoiando o candidato petista no plano federal, teria como retorno o apoio de Lula para sua candidatura em São Paulo.

MAS QUAL O QUÊ… quase imediatamente depois, Lula não hesita em lançar Haddad para posto que Boulos chamava de seu. Uma demonstração clara de que, com sua candidatura, ele, Lula, é que passaria a dar as cartas dentro e fora do PT.

NÃO DEU OUTRA. Boulos começa a perder pontos nas pesquisas sequenciais, e, ao invés de negociar a partir do cacife proprio que o PSol havia construído em dificílimas condições conjunturais históricas, prefere aceitar o condicionamento de Lula. E, com ele, arrastando boa parte do campo moderado do Partido. O campo que mais vê o Psol como uma ONG assistencial-filantrópica do que como partido classista.

BOULOS PASSA a ser considerado, não só pelo PT, como pelo universo partidário, como um agente da linha auxiliar da política nacional do PT. Talvez, quem sabe?, na esperança de vir a ser nokmeado o sucessor natural do já idoso lider.

E É NESSA linha que parece querer insistir, ao retirar a candidatura em São Paulo, já se lançando, por moto próprio, a deputado federal, e tornando a decisão conhecida através de coluna da mídia empresarial.

OS PARTIDOS TAMBÉM SE SUICIDAM, e não só os homens e mulheres desalentados pelos desacertos na vida. Se suicidam, como se suicidou o e consolidado Partido Comunista Italiano, pelas mãos dos sucessores revisionistas de Berlinguer .

PELA ESQUERDA, é no transformismo ideológico, na rendição à Ordem dos podres poderes capitalistas por conta de algumas migalhas melhoristas. Ou pela vontade de suas lideranças referenciais, nas suas mudanças de rumos, laboradas em mentes próprias.

ESPERO, SINCERAMENTE, que não seja esse o caminho do PSol, a despeito das movimentaçõe regressivas, personalizadas e despolitizadas de seus ex-naturais candidatos a Governador no Rio e em São Paulo.

NÃO CONSIGO IMAGINAR como seus candidatos parlamentares, no Rio, poderão fazer campanha coerente pelo voto de legenda no 50, tendo como eixos majoritários o 13 federal e o 40 Estadual, ambos defendendo programas, no máximo, social-liberais.

TOMARA QUE ERRE, mas a crônica do desaparecimento anunciado pode começar a estar sendo escrita.

LUTA QUE SEGUE! com a Esquerda combativa e realmente transformadora.