‘Nova’ política industrial de Biden não é nova e nem deveria surpreender

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O Senado americano aprovou uma lei para viabilizar uma “nova” política industrial, incluindo recursos da ordem de US$ 250 bilhões. E o governo americano divulgou ontem um documento em que reconhece a necessidade de rearticular cadeias produtivas perdidas em setores estratégicos.

Quais são os setores incluídos no documento? Semicondutores e circuitos impressos (o governo brasileiro está fechando a empresa que os produz), baterias de alta capacidade (fonte de energia essencial para o futuro), indústria farmacêutica e “materiais especiais”.

Por aqui, nosso atraso intelectual e a retórica liberal, de diversos economistas e articulistas, dirão que não poderemos fazer o mesmo por restrições fiscais, falta de capacidade ou práticas patrimonialistas. A depender deles, permaneceremos atrasados e dependentes.

É urgente que a sociedade perceba que é possível sim virar o jogo. Temos todas as condições para isso, físicas, naturais e humanas. Basta colocarmos em primeiro lugar os interesses do país e de quem produz e trabalha para gerar riqueza e não mera especulação.

Política industrial não é um palavrão. Se deu errado na década passada, é porque os desajustes macroeconômicos eram muito maiores e as regras deveriam ter incluído uma condicionalidade essencial e principal: exportar, exportar, exportar…

Lembremo-nos que sempre fizemos política industrial no passado e foi bem sucedida. Temos de voltar a atribuir uma posição de destaque a ela.