Plano de Biden quer reposicionar o Estado na disputa com a China

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Não sei se todos repararam na enormidade do pacote econômico lançado pelo presidente Biden nos Estados Unidos. Ele injeta US$ 4 trilhões na economia americana nos próximos anos.

As novas receitas, que custeiam esses gastos, vêm do aumento de impostos pagos por grandes empresas e por milionários.

Para o 1% mais rico da população, Biden aumentou os impostos de 29,7% para 41,7% da renda. Para o 0,1% mais rico, a taxação foi de 30,4% para 46,7%.

Na ponta das despesas do governo, haverá um incremento de US$ 111 bilhões em água potável, US$ 100 bilhões em banda larga ultrarrápida, US$ 213 bilhões em habitação, US$ 137 bilhões em escolas públicas, US$ 300 bilhões em pequenos negócios, US$ 174 bilhões em veículos elétricos, US$ 180 bilhões em pesquisa científica e por aí afora.

Mais do que um plano econômico, trata-se de um reposicionamento do Estado na sociedade americana e na disputa global pela hegemonia, com a China nos seus calcanhares.

Acho que desde Roosevelt não víamos algo assim. Coisa de cachorro grande.

Esses números dão uma ideia da nossa pequenez, não só material, mas ideológica.

Os economistas brasileiros formados nos Estados Unidos nas últimas décadas defendem aqui um congelamento de gastos públicos, já medíocres, por vinte anos.

Enquanto isso, o patrão deles enlouqueceu. Está fazendo tudo ao contrário do que lhes ensinou. E ninguém, por lá, fala em inflação.

Vida dura.

Por: Cesar Benjamin.