Por Stephen Kanitz – Imagine que você é o diretor de recursos humanos de um grande partido político.
E que os candidatos atuais apresentaram seus currículos, mas sem fotografia.
Isso ficaria para a entrevista pessoal.
É o que fiz, olhei os currículos de todos os candidatos, e currículo por currículo esse foi de longe o melhor.
Candidato X
Passou em primeiro lugar no vestibular. Inteligente ele é.
Foi professor de Direito Constitucional.
Foi um excelente prefeito de uma capital de Estado.
Foi considerado o Melhor Governador de Estado na época.
Foi Ministro da Fazenda.
Foi Ministro da Integração Nacional.
Foi líder do governo na Assembleia Legislativa do seu Estado.
Foi considerado um dos 100 líderes emergentes mundiais pela Revista Time.
Fez um sabático em Harvard Kennedy School of Government.
Fala fluentemente o inglês, Bolsonaro e Lula nunca leram um livro em inglês.
Em 2006 foi o segundo deputado federal mais votado do Brasil.
Já escreveu um livro sobre como consertaria o Brasil.
Já trabalhou na iniciativa privada como Diretor.
Tem entre 60 e 69, idade ideal para ser Presidente, não 36 nem quase 80.
Tem portanto experiência e conhecimento para lidar com o STF, Congresso, Executivo e setor Privado.”
Se algum de vocês já adivinhou quem é, postergue um pouco seu julgamento, e confesse que esse currículo, que não é fake, é um currículo espetacular.
Nem FHC, nem Juscelino, nem Kennedy tinham currículos semelhantes.
Será que os conhecidos maneirismos do candidato contrabalançam tudo isso?
Será um daqueles inteligentes que preferem perder um amigo do que uma piada, como aquela com sua esposa?
Será que um Conselho de Administração não o controlaria nesse aspecto?
Eu também não sei a resposta.
Por isso vou chamá-lo para ser entrevistado.
Espero que ele aceite e aí faremos as perguntas pertinentes.
Por Stephen Kanitz, consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.
