O novo Congresso e o Dia D da ofensiva contra o bolsonarismo

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A eleição para o comando do Legislativo nos próximos dois anos marca o Dia D da nova ofensiva dos Poderes da República contra o bolsonarismo.

O governo jogou seu peso para garantir a vitória elástica de Rodrigo Pacheco (PSD/MG) no Senado Federal, e a quase unanimidade em torno de Arthur Lira (PP/AL) na Câmara dos Deputados que venceu com votação recorde.

No Senado, o bolsonarismo tentou surpreender com Rogério Marinho (PL/RN), e o lavajatismo arregou no último minuto com a retirada da candidatura de Eduardo Girão (Podemos/CE). Na Câmara, somente o PSOL e o Novo marcaram posição com 21 e 19 votos respectivamente contra a hegemonia de Lira que teve apoio do PT de Lula ao PL de Bolsonaro.

Pois bem. Empossado o novo Congresso Nacional, a Guarda Pretoriana da República, representada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e seu Ditador extraordinário, o mais alto magistrado convocado pelo Senado Romano para debelar as crises da Roma Antiga, o ministro Alexandro de Moraes, partiu para cima do bolsonarismo novamente e prendeu o agora ex-deputado Daniel Silveira (PTB/RJ), que já havia sido preso na vigência de seu mandato por ameaças contra a cúpula do Judiciário.

A prisão do bolsonarista porra-louca se dá na esteira do vazamento de conversas do senador Marcos do Val (Podemos/ES) que acusa Bolsonaro de ter conspirado para grampear o ministro Alexandre de Moraes. Acuado, Marcos do Val tentou jogar Bolsonaro aos leões para se salvar e chegou a anunciar a renúncia ao mandato de senador, mas ao que parece, já voltou atrás. Abrir mão do foro privilegiado pode ser ainda pior e não o salvaria de ser investigado pelo próprio Supremo nos inquéritos sobre os atos golpistas.

Em transmissão ao vivo em suas redes sociais, Marcos do Val disse: “Eles me disseram: ‘nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte. E você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa para dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso'”.

Segundo o senador bolsonarista, o mensageiro do plano golpista foi Daniel Silveira, mas o próprio Bolsonaro estaria na reunião conspiratória.

Esse fogo amigo interno ao bolsonarismo e a nova ofensiva de Alexandre de Moraes demonstra que a guerra ainda não acabou, e que segue firme o grande acordo nacional com Supremo com tudo entre os Poderes da República realizado no dia seguinte ao Atentado do Dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. Governo e Congresso estão alinhados com a sanha repressiva do STF que atua livremente por meio de Alexandre de Moraes, desde que seja somente contra o bolsonarismo. Para além disso, o STF já sinalizou que irá se auto-conter e não interferir na soberania do Executivo e Legislativo. A ver.