A conspiração revelada por Marcos do Val e o ‘Decreto Golpista’ de Bolsonaro

Marcos-do-Val-e-Bolsonaro
Botão Siga o Disparada no Google News

Poucos ou talvez nenhum analista da grande mídia se deu conta de que as mensagens trocadas entre o ex-deputado Daniel Silveira (PTB/RJ) e o senador Marcos do Val (Podemos/ES) estão relacionadas à minuta do Decreto do Estado de Defesa, o “Decreto Golpista”, encontrado na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e agora investigado e preso nos inquéritos dos atos antidemocráticos, Anderson Torres.

A trama revelada pelo próprio Marcos do Val foi urdida em reunião entre ele mesmo, o então presidente, e Daniel Silveira. O senador deveria se aproximar de Alexandre de Moraes para gravar falas comprometedoras ou obter diretamente algum tipo de conteúdo privado dos aparelhos eletrônicos do próprio ministro com apoio da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) ainda sob comando de Bolsonaro naquele momento. Esse conteúdo, seja um diálogo com o próprio Marcos do Val ou alguma informação hackeada ilegalmente pela agência de espionagem, serviria para motivar a prisão do magistrado, e a decretação do Estado de Defesa rascunhado pelo governo que daria poderes extraordinários ao ministério da Defesa sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e anularia a vitória do atual Presidente Lula.

Uma das mensagens de Daniel Silveira diz que o conteúdo do grampo de Marcos do Val contra Alexandre de Moraes não seria publicado, mas apenas utilizado para pautar a “ação a ser tomada que já está desenhada e pronta para implementar”, ou seja, o Decreto do Estado de Defesa contra os membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), especialmente seu presidente, Alexandre de Moraes.

Revelações de Marcos do Val corroboram conspiração do 'Decreto Golpista' de Bolsonaro

No Decreto Golpista constaria a seguinte redação:

Art. 2° Na vigência do Estado de Defesa ficam suspensos os seguintes direitos:

I – sigilo de correspondência e de comunicação telemática e telefônica dos membros do Tribunal do Superior Eleitoral, durante o período que compreende o processo eleitoral até a diplomação do presidente e vice-presidente eleitos, ocorrida no dia 12.12.2022.

O principal alvo da quebra do sigilo das comunicações do TSE seria obviamente o próprio ministro Alexandre de Moraes na busca de algum “batom na cueca” que comprovasse sua atuação suspeita em favor de Lula no pleito eleitoral.

O ministro Alexandre de Moraes pode até estar utilizando métodos “lavajatistas” contra o bolsonarismo, mas a verdade é que realmente o cerco está se fechando em volta de Bolsonaro por meio de provas cada vez mais robustas, inclusive com dissidências importantes, e a de Marcos do Val parece ser apenas a primeira, trazendo revelações de dentro da cozinha do bolsonarismo.

Aqui no Disparada já haviam avisado. Não bastava um soldado e um cabo para fechar o STF. Sequer uma invasão e depredação por milhares de pessoas foi suficiente para isso. Por outro lado, pelo jeito vai bastar dois agentes da Polícia Federal e um papel escrito “Mandado de Prisão” para algemar o ex-presidente Bolsonaro assim que ele pisar em um aeroporto brasileiro na volta do “exílio” na Disney.

Alexandre de Moraes esmaga o soldado e o cabo dos Bolsonaro no STF