Estado, mercado e planificação

O mercado é uma categoria história. É assim que deve ser observado e analisado. Enquanto existir pode muito bem estar à serviço de um projeto nacional, seja ele de caráter capitalista ou socialista.
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É inquestionável o papel da economia de mercado ao progresso técnico, ao surgimento de novas formas de divisão social de trabalho ao longo do tempo. Isso não é novidade em A Riqueza das Nações. O que se esquece é que na Teoria dos Sentimentos Morais o fundador da Economia Política explicita que agindo por si o mercado afeta negativamente a igualdade, o trabalho e os fundamentos éticos de uma sociedade.

É evidentemente falsa a premissa da separação entre o Estado e o mercado como entes separados e, utilizando o critério popperiano de falseabilidade, opostos. O desenvolvimento econômico é o processo onde o Estado é o fio condutor da abertura de novos mercados e novos campos de acumulação. Estado e mercado são duas partes de um organismo econômico único que se ajustam ao longo do processo.

O mercado é uma categoria história. É assim que deve ser observado e analisado. Enquanto existir pode muito bem estar à serviço de um projeto nacional, seja ele de caráter capitalista ou socialista. Sua superação demanda condições ainda não criadas pelo ser humano. Mas seu sucessor histórico, a planificação econômica, galga espaço e relevância. Uma economia deste tipo em substituição à regulação estatal/mercantil está a surgir na China. Sua rubrica, o socialismo de mercado. Em termos técnicos, “Nova Economia do Projetamento”.

Por Elias Jabbour.