O que começou a circular mais atualmente no Brasil são críticas consolidadas há mais de 30 anos nos Estados Unidos sobre o racismo e apologia do colonialismo na obra de Hannah Arendt.
Um exemplo básico para ilustrar o tema: se o acadêmico brasileiro conseguiu ignorar que na obra da autora ela faz uma avaliação positiva da Revolução Americana em contraste com a Francesa e diz que a primeira foi exemplo na construção da Liberdade e Libertação, mesmo com manutenção e ampliação da escravidão, isso é prova de ignorância e racismo do acadêmico brasileiro.
É quase impossível achar um acadêmico negro crítico nos Estados Unidos que não tenha feito contestações à obra de Hannah Arendt, em especial seu debate sobre história dos Estados Unidos. Isso demorou a chegar no Brasil.
Mas chegou. Aqui no Brasil, dado o nosso contexto conjuntural, a crítica a obra de Arendt prosperou mais pela via do questionamento da noção de totalitarismo. Mas esse não é, por exemplo, o centro da crítica de Domenico Losurdo a obra de Hannah Arendt.
E qual o centro da crítica? A questão racial e colonial. Isso pode ser visto, por exemplo, nos livros Guerra e Revolução; A Não Violência; Colonialismo e Luta Anticolonial; O marxismo Ocidental; e Liberalismo: Entre a Civilização e a Barbárie.
Seguem também alguns vídeos onde fazemos um debate crítico sobre vários aspectos da obra de Hannah Arendt – com destaque para questão racial e colonial, violência e história dos Estados Unidos.