O analista da FSB, consultoria especializada em política e comunicação, Alon Feuerwerker, compartilhou em suas redes sociais uma análise sobre a recuperação da elegibilidade de Lula e as dificuldades do PT para atrair o centro na eleição de 2022. Alon apontou que a volta de Lula ao jogo eleitoral reaglutina o antibolsonarismo, mas mantém o PT isolado, e impulsiona a busca do centro por uma alternativa viável à polarização.
“É sempre útil acompanhar e aferir quem está sendo invisibilizado no debate público e na disputa de narrativas. Não tem termômetro melhor para medir a correlação e a disposição das forças políticas.
A (re) elegibilidade de Lula ofereceu ao cenário um polo, ainda potencial, de reagrupamento do antibolsonarismo. A consequência imediata é um certo isolamento deste. O PT já viveu situações assim: forte porém isolado.
Então, por exemplo, as manifestações bolsonaristas de hoje estão ameaçadas pela invisibilidade, fenômeno que muitas vezes atingiu o outro lado. Como disse, no Brasil costuma ser um sintoma clássico de isolamento.
O dito centro parece ainda um pouco atordoado, mas é improvável que essa “primavera” se prolongue indefinidamente para o petismo. Certamente o antipetismo não bolsonarista buscará opções.
E ao bolsonarismo resta tentar atravessar este deserto até crescer o ritmo da vacinação e a economia voltar a reagir. Sabendo que na hora h o PT terá alguma dificuldade para ser digerido pelo dito centro.
A este, resta achar um polo próprio de aglutinação para enfrentar os hoje ponteiros da corrida. Não é fácil mas é possível. E a pressão do establishment para isso será gigantesca.”
Leia também as análises do Disparada sobre o cenário eleitoral de 2022:
- “Lulinha Paz e Amor voltou, mas será difícil tirar o PT do isolamento“
- “Doria desiste, e Ciro-Mangetta cresce nos bastidores da centro-direita“
Acompanhe também o Disparate, o podcast do Disparada, com análises sobre a política e a economia no Brasil e no mundo: