ANTONIO NETO: É hora de derrubar a Bastilha brasileira

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Hoje, 14 de julho, comemoramos mais um aniversário da Queda da Bastilha, marco do processo revolucionário francês. A Bastilha era a Fortaleza do absolutismo e símbolo da repressão da monarquia francesa.

Mais de 230 anos depois, o autoritarismo, o Estado repressivo e a indiferença para com o povo se impõem pelo mundo, e no Brasil não é diferente. A República Federativa do Brasil é posta à prova em um Governo liderado por um genocida autoritário que despreza a classe trabalhadora, a diversidade e a democracia.

O Brasil passa por uma crise sem precedentes, a pandemia da fome voltou de forma devastadora, o desemprego assola muitas famílias e a crise sanitária não perdoa ninguém, principalmente os mais vulneráveis. Diante de uma crise mundial, o governo que deveria proteger empregos, vidas e a renda dos trabalhadores, insiste em promover conflitos e desconfianças.

Os pensamentos e práticas da idade média circulam em nossa sociedade sobrepondo séculos de avanços científicos, sociológicos e humanitários.

Uma parcela dos brasileiros, desapontados com anos de mentiras e retrocessos, buscam a escuridão dos mitos, numa histeria coletiva envolvida só vista em rituais de seitas.

A crise escancarou desigualdades e como a ausência do Estado é implacável para com aqueles que mais precisam. A alta casta permaneceu intocável. Os sádicos do alto das coberturas mostraram total indiferença com a vida dos mais pobres, pior, tiveram a coragem de condenar a sensibilidade para com o próximo, isso quando não debocharam das mortes que dizimaram mais de 70 mil vidas.

A bastilha brasileira não é física, é uma barreira moral que foi imposta nos últimos anos. Suas paredes são formadas por tijolos da intolerância e cimentadas pela repressão do Estado. A tinta que cobre as paredes é puro látex da ganância dos poderosos.

Sua derrubada é urgente. Para isso precisamos enfrentar o receituário do rentismo que propõe Paulo Guedes com a precarização das relações de trabalho, enfrentar a agenda de privatizações de Salim Mattar que busca liquidar o Estado Nacional e principalmente dar um basta nos arroubos autoritários e anticivilizatórios que Bolsonaro representa.

É chegada a hora de avançar em uma agenda comum em defesa da democracia. Mas é fundamental também que enfrentemos a agenda liberal através de um Projeto Nacional de Desenvolvimento para que possamos dar as primeiras marretadas nessa fortaleza do individualismo, do ódio e da ignorância, e assim colocar a Bastilha Brasileira abaixo.

Liberté, égalité, fraternité!

Por Antonio Neto, presidente licenciado da CSB

  1. Belo texto. Uma ajuda, digamos, um primeiro tranco para derrubar essa Bastilha, seria exigir que Lula divulgasse para a opinião pública nacional e internacional, a cópia da delação original da Odebrecht que irá receber da procuradoria geral da Suíça, ANTES de anexá-la aos autos de seu processo, para evitar que seja declarada segredo de justiça. O povo brasileiro tem o direito de saber a verdade sobre essa delação e o quanto a cópia utilizada pela operação Lava a Jato foi adulterada. Pessoas bem informadas sobre a delação original da Odebrecht afirmam que na cópia utilizada pela Lava a Jato, que ficou um ano com a própria Odebrecht ( com a ré?!) foram apagados vários nomes de figurões da “classe” política do país. Se essa divulgação não for feita, ela continuará a servir para que grupos achaquem, chantageiem pessoas ocupantes de cargos públicos importantes da República e prejudique ainda mais o país. Ou seja, a Bastilha se fortaleceria

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