Como seria a vacinação pelos planos de saúde?

Como seria a vacinação pelos planos de saúde
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O SUS já ministrou a primeira dose em 150 milhões de brasileiros, mais 92 milhões da segunda etapa. Temos mais de 240 milhões de picadas realizadas. Isso com um governo genocida que evitou comprar imunizantes e que faz campanha contra a medicação, além de sucatear centros de atendimento e pesquisa.

Agora imaginem se os planos de saúde privados tivessem se encarregado da tarefa, diante de tamanha ineficiência estatal. Teríamos o seguinte:

1. Seriam feitas experiências, trocando vacinas por substâncias de eficácia não comprovada, fabricadas nos laboratórios do Exército;

2. Médicos e enfermeiros seriam coagidos a selecionar pacientes;

3. Seriam imunizados apenas seus clientes (24,5% da população);

4. Aliás, apenas a freguesia que estivesse em dia com as mensalidades;

5. Bolsonaro diria que por sua vontade, todo mundo seria vacinado, mas a turma tem de olhar para a realidade;

6. As doses seriam menores, para reduzir custos;

7. Somente zonas urbanas seriam alcançadas, com absoluta prioridade para o sul-sudeste;

8. Idosos seriam dispensados;

9. Alterações de prontuários da aplicação das injeções dariam o tom;

10. O centrão exigiria doses extras para suas regiões eleitorais;

11. Os locais de vacinação teriam como trilha sonora obrigatória o repertório roqueiro dos donos da Nazi Senior, no último volume;

12. As mortes aumentariam e Bolsonaro diria que nada é tão ruim que não possa piorar. E faria uma piadinha com os que ficaram sem a medicação;

13. O Estadão publicaria editorial dizendo que vacinar ou não é uma escolha difícil;

14. Leandro Narloch escreveria coluna comentando que há sim pobres se vacinando, a exemplo das sinhás-pretas de outros tempos;

15. Paulo Guedes prometeria vacinação para todos, mas isso é impossível por causa do teto de gastos;

16. Queiroga afirmaria, em sua quarentena infindável em NY, ser possível substituir seringas pelo dedo médio;

17. Bolsonaro psicografaria carta do falecido Michel Temer, dizendo estar no calor do momento quando tudo aconteceu.

E, como no final de Tabacaria, o universo reconstruiria-se sem ideal nem esperança.