O fracasso da pré-campanha de Sergio Moro é tão grande que até mesmo seu real e inconfessado desejo de ser candidato a senador vai ter que ser abandonado, e ele já cogita ser candidato a deputado federal para não ficar sem foro privilegiado durante um eventual governo Lula.
Ontem, expliquei como as dificuldades do cacique do Podemos no Paraná, o senador Álvaro Dias, podem levar o partido a vender a pré-candidatura presidencial de Moro por sua reeleição ao Senado diante da chantagem do governador paranaense Ratinho Jr. e do presidente Bolsonaro.
Os sintomas do brutal isolamento político e o pífio desempenho nas pesquisas estão se agravando apesar apoio da Globo e de outras mídias importantes como O Antagonista, que atua praticamente como assessoria de imprensa do candidato da Lava-Jato e reagiu violentamente contra a exposição do fracasso de Moro como presidenciável.
O diretor da sucursal de O Antagonista em Brasília, sem nos citar, fez clara referência aos nossos artigos “Moro será candidato a senador pelo Distrito Federal” e “Moro segue estagnado e Podemos vai abandonar sua candidatura” e só faltou babar na gravata de raiva: “vários atores políticos começaram a plantar na imprensa amiga que a candidatura não era para valer e que ele acabaria saindo para o Senado. Recentemente, passaram a dizer que o ex-juiz só conseguirá se eleger deputado federal“.
Em seu artigo, “Quem vai segurar Lula?“, Claudio Dantas não consegue esconder que o entourage lavajatista já admite que Moro é inviável tanto como candidato a presidente como a senador, e que a Câmara dos Deputados é o provável destino mesmo do ex-juiz. Porém, Dantas apresenta um delírio napoleônico-manicomial para sustentar o moral otimista do Partido da Lava-Jato: como deputado federal, Sergio Moro poderia tornar-se presidente da Câmara e impor um “semipresidencialismo” para conter o revanchismo de Lula.
Imagine acreditar nisso. Após ser o líder máximo e símbolo da anti-política corporativista marcada pelo conluio ilegal de juízes e promotores, principalmente de primeira instância, que possuem verdadeiro tesão em grampear e algemar políticos eleitos com base em delações premiadas arrancadas através de prisões preventivas sem prazo, agora, Moro seria eleito presidente da Câmara dos Deputados.
Vai dar gosto de ver Sergio Moro e Deltan Dallagnol se acotovelando entre os 513 deputados federais pelo microfone do Plenário Ulysses Guimarães. As imagens da pré-campanha de Moro pelo nordeste antecipam o tom da recepção que ele vai ter no Congresso Nacional eleito nos rincões do Brasil profundo e real.
