A refinaria Landulpho Alves e a ofensiva burguesa

A refinaria Landulpho Alves e a ofensiva burguesa
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Já ouviu falar da refinaria Landulpho Alves? Ela fica na Bahia, é a segunda maior refinaria do país e começou a funcionar em 1950. É um marco histórico na política nacional de petróleo e industrialização. A refinaria ainda é estratégica no abastecimento de combustível do Nordeste e Norte do Brasil, gera milhares de empregos diretos e indiretos e é importantíssima – desde um ponto de vista histórico até os dias atuais – na capacidade de produção industrial do Nordeste.

Pois bem, essa refinaria, esse ativo estratégico para soberania nacional, produção energética, integração nacional e geração de empregos qualificados no Nordeste foi vendida para um fundo árabe. Antes da Petrobras, agora passa para mãos privadas.

Qual a justificativa?

A primeira é dizer que deveria existir mais “concorrência” no mercado de refino no Brasil. Ao invés de deixar o capital privado criar refinarias – é livre, é permitido, só investir! – a direção liberal da Petrobras começou a ENTREGAR refinarias públicas para mãos privadas. E falo entregar, pois esse é o termo correto. O fundo árabe “comprou” a refinaria por apenas R$ 10,1 bilhões. Marival Matos, economista e vice-diretor de comunicação da AEPET-Bahia, calcula que a refinaria valia algo em torno de entre R$ 53 bilhões a R$ 76,3 bilhões.

A refinaria, como tudo no Brasil, foi vendida muito abaixo do “preço de mercado”. O fundo árabe que “comprou” prometeu investir para aumentar a capacidade de refino. A Petrobras poderia, tranquilamente, fazer o mesmo investimento e aumentar a capacidade de refino.

Então, note, pegaram um ativo estratégico para soberania nacional, produção energética, abastecimento do Nordeste e geração de emprego, uma empresa lucrativa, e entregaram para um fundo privado de capital estrangeiro abaixo do preço de mercado e sem qualquer justificativa. Além do claro potencial de propina nessa “venda”, a mídia nacional, a burguesia interna, a FIESP, Firjan, CNI, os fundos de investimentos, em suma, toda classe dominante e seus porta-vozes estão felizes. Mais um ataque a Petrobras e nossa soberania nacional .

A burguesia do Brasil, inclusive sua fração industrial, não tem qualquer compromisso com a soberania nacional e desenvolvimento das forças produtivas. Falar em projeto nacional com a burguesia é um delírio, um devaneio, um sonho de uma noite de verão no Brasil. Em Pernambuco, a refinaria Abreu e Lima, a mais moderna do país, vai ser vendida, segundo a diretoria liberal da Petrobras. Mas antes da venda, a Petrobras vai investir 5 bilhões. Primeiro turbina de dinheiro público, depois entrega para mãos privadas.

É um desmonte da integração nacional, redução da complexidade produtiva, destruição gradual da Petrobras, maior subordinação do país ao imperialismo, aprofundamento da dependência e todas as mazelas do capitalismo periférico. Lutar pela soberania nacional é lutar pela Revolução Brasileira, enfrentar a burguesia interna e o imperialismo. Nunca teremos soberania nacional real com a burguesia no poder.

Defende o Brasil, lute pelo socialismo!