Por Gustavo Gindre – Tenho a sensação de que o PSOL radicalizou um perfil que o partido vinha construindo há anos.
Há alguns anos ficou evidente que o PSOL estava confortável na posição de “partido parlamentar”, praticamente inexistente no poder executivo.
Uma posição tranquila que lhe permite funcionar como uma espécie de fiscal da sacanagem alheia. E ainda garante que o partido desenvolva produtos eleitorais para diferentes públicos. Mais a esquerda? Temos, sim. Liberalismo de esquerda? Também temos opções disponíveis. Identitário? Nem se fala, é nossa especialidade.
E nessa eleição o PSOL radicalizou essa opção. Entregou não apenas as candidaturas viáveis aos governos estaduais como as majoritárias para o Senado. E vai centrar seu foco nas eleições proporcionais.
Com a perspectiva da eleição de Lula, o PSOL poderá funcionar como uma espécie de tendência externa do PT.
O Partido dos Trabalhadores seria a holding e o PSOL ficaria como uma marca segmentada, para um perfil jovem e urbano, de classe média e com preocupações mais diversas do que as antigas pautas de esquerda.
Como estratégia de diversificação do target de mercado, pode funcionar.
Por Gustavo Gindre