O país está apaixonado por Lula. Estamos nós. Seus discursos são sublimes e tocam a alma de boa parte da população. Mas não há amor eterno na política.
Lula foi eleito a partir de enorme expectativa de mudança e de promessas de melhoria imediata na vida das pessoas.
No governo, temos veto ao aumento real do salário mínimo, às mudanças na tabela do Imposto de Renda, incógnita sobre o fim da política de preços da Petrobrás e o anúncio de um pacote fiscalista.
Isso tudo, num momento em que o bolsonarismo segue ativo e em que se passa o pano para a responsabilidade das Forças Armadas no terrorismo do 8 de janeiro (não houve tentativa de golpe?).
O resultado pode se materializar em sérias complicações no médio prazo. Vale atentar para a encalacrada de Gabriel Boric: ao não atender de imediato as expectativas populares, perdeu popularidade aceleradamente e hoje comanda um governo de reduzidíssima margem de ação.
Será que o estelionato e o fiscalismo celerado de Dilma II (numa economia global que se desacelerava) não nos ensina nada?