JONES MANOEL: A China, o petróleo e a guerra 

Presidentes do Irã e da China, Hassan Rohani e Xi Jinping
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China fechou um acordo com o Irã no valor de 280 bilhões de dólares. Embora o valor de referência seja cotado em dólar, todo o acordo será realizado em outras moedas. O fundamental do acordo para os brasileiros é que o Irã se compromete a fazer da China o comprador prioritário do seu petróleo e gás.

A China está fazendo um cerco mundial no mercado de petróleo. O objetivo de médio e longo prazo é tirar esse mercado da órbita do dólar e do controle dos Estados Unidos. Nesse cenário, derrubar o bolivarianismo na Venezuela é ainda mais urgente. Como isso parece distante, o Brasil – sim, o nosso país -, entre os maiores produtores globais, é o país onde os Estados Unidos têm um controle mais tranquilo. Até parceiros antigos dos EUA, como Arábia Saudita, se deslocam para a influência chinesa.

Sabe o impacto disso no médio prazo? Uma mudança na orientação geopolítica do Brasil terá um impacto ainda maior nos interesses estratégicos dos Estados Unidos. O significado é que se por exemplo, em 2022, um novo governo decide nacionalizar a exploração de petróleo no país, isso será um golpe inaceitável para a Embaixada de Washington. Pior que as nacionalizações de Cuba no início dos anos de 1960.

Vocês imaginam um projeto moderado comprando essa briga?

PS: o acordo China-Irã prevê investimentos massivos em infraestrutura e industrialização do Irã. Há quanto tempo nós não temos um acordo comercial desse tipo?