E se Israel estivesse aqui?

E se Israel estivesse aqui?
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Por Álvaro Nascimento – Um dia o mundo acordou e Israel estava encravado na América do Sul. Ali entre o Paraguai, a Argentina e o Brasil.

Um belo dia do ano de 1967 o exército de Israel – após já ter invadido algumas regiões pequenas do território brasileiro – inicia uma guerra que dura seis dias e atravessa definitivamente a fronteira internacionalmente reconhecida, inclusive pela ONU, e incorpora parte do nosso Paraná a seu território. Lá se vão Foz do Iguaçu, Umuarama, Cascavel, Ponta Grossa, Campo Mourão, Maringá, Londrina e adjacências, até Ponta Grossa, pertinho de Curitiba. Além da Usina de Itaipu. Ora, para quem já chegou até ali, semanas depois Israel toma Curitiba e o porto de Paranaguá. E seus limites chegam até São Paulo.

O Brasil, claro, reage. Mas como seu exército não tem o poderio do israelense (até porque os invasores contam com o apoio explícito dos EUA), não apenas é derrotado na tentativa de recuperar seu território como vê sua reação servir de pretexto para Israel (dizendo-se “agredido”), entrar no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, declarando necessitar se “proteger” do Brasil e aumentar sua “zona de segurança”.

Para além da invasão militar, brasileiros que residiam no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina são perseguidos e finalmente expulsos. O território é ocupado por “colonos” israelenses.

A refrega iniciada em 1967 vai parar na ONU e depois de muitas reuniões sem que Israel arredasse pé de seu “novo território”, chega-se ao “Acordo de Oslo”, firmado em 1993 entre Brasil e Israel, mediado pelos … EUA. Sim, eles mesmos, os aliados do invasor.

Resumidamente, o Acordo reza que o território brasileiro invadido por Israel em 1967 será subdividido em três: Santa Catarina volta a ser do Brasil, com a retirada total dos militares e colonos israelenses. Já o Rio Grande do Sul passa a ter controle civil brasileiro mas militar de Israel; enquanto o Paraná é definitivamente considerado território israelense. Tipo “Perdeu, perdeu, Brasil”.

Tamanha é a repercussão do Acordo (depois de anos de conflitos) que os presidentes do Brasil e de Israel recebem o Prêmio Nobel da Paz.

Claro que parte importante da população brasileira achou o Acordo um absurdo, já que favorecia amplamente o invasor. E os conflitos prosseguem. Com base nisso, Israel (ainda com a justificativa de se “proteger” do Brasil), invade São Paulo, Mato Grosso do Sul, o sul de Minas e do Rio de Janeiro, não só desrespeitando o Acordo de Oslo mas radicalizando sua presença no território brasileiro. Como o exército brasileiro é fraco, a população reage aos invasores como pode, usando até paus e pedras.

Diante da radicalização da situação – com Israel agora já ocupando todo o Rio de Janeiro até Campos, Minas Gerais inteiro e penetrando já em metade de Goiás – é fundado um partido político chamado Hamas, que tem como principal ponto de sua plataforma a expulsão do invasor do território brasileiro.

Ocorrem eleições no Brasil e o Hamas é eleito por maioria absoluta pela população, que derrota o governo de então por achá-lo incapaz de defender os interesses da Nação frente ao invasor. Diante do resultado do pleito, Israel e os demais países (que assistiam à invasão do território brasileiro emitindo no máximo notas de “preocupação”) boicotam o novo governo, taxando-o de “terrorista” devido às ações militares que promove contra o exército invasor e Israel, que segue matando a população brasileira que resiste à sua presença.

Nesta altura, Israel já controla desde a vacinação no Brasil como o acesso às telecomunicações, à água, aos alimentos, à energia de Itaipu, assim como o ir e vir da população brasileira para entrar e sair dos territórios ocupados (que nessa altura já inclui Bahia, Mato Grosso e parte do Amazonas), espremendo a população brasileira nos estados do Norte e Nordeste, enquanto segue instalando “colonos” israelenses nas áreas sob o seu domínio e expulsando os brasileiros das áreas ocupadas.

Cabe perguntar: já pensou se estivéssemos no lugar dos palestinos? Então, por favor, antes de postar mensagens do tipo “os dois lados não se respeitam”, “enquanto permanecer o ódio entre os dois povos nada será resolvido”, “neste conflito Israel e o Hamas são iguais e não estão interessados em uma solução”, coloque-se no lugar de um palestino.

Por Álvaro Nascimento