Quer deixar um petista em surto psicótico é só esfregar na cara dele que o governo PT não diminuiu praticamente nada a desigualdade no Brasil. Essa verdade vale por qualquer parâmetro conhecido.
Vejamos. Pelo índice Gini, que é um índice bastante usado para aferir desigualdade, FHC recebeu o país em 59,6 pontos (quanto menor, menos desigualdade). Quando Lula assumiu, estava em 57,6. Quando Dilma assumiu o Gini estava em 52,9, e para pegar a medida de 2016, que corresponde aos dados do último ano em que governou integralmente (2015), estava em 53,3. Assim, em oito anos de FHC o índice caiu dois pontos, em 13 de PT caiu quatro. A questão é que a média de queda mundial foi muito maior. Tanto que ao fim do governo Dilma amargávamos o título de vice-campeão mundial da desigualdade segundo a Oxfram.
Já segundo Piketty a situação é muito pior. Para ele e seu instituto, não houve qualquer distribuição de renda no Brasil nos anos PT.
Estudo publicado aqui mostra que concentramos renda entre 2001 e 2015. A fatia da renda nacional apropriada pelos 10% mais ricos da população subiu de 54,3% para 55,3%, enquanto a apropriada pelos 10% mais pobres subiu de 11,3% para 12,3%, e a apropriada pelos 40% intermediários caiu de 34,4% para 32,4%, o que ajuda a explicar porque a classe média odeia tanto o PT para além dos discursos sobre “pobre no avião”. As pessoas se endividaram para pagar uma universidade e não conseguiram largar o emprego no telemarketing que tinham para pagá-la. Porque os empregos qualificados acabaram junto com a indústria com a política de fantasia cambial do PT.
Então não adianta ter ataque de pelanca. A realidade é essa, e varia entre uma queda medíocre, menor que a queda mundial, e a estabilidade da desigualdade. Se quiserem, pesquisem no Banco Mundial quanto caiu a desigualdade na América Latina durante os governos do PT e comparem.
Acabar com pobreza extrema dando bolsa é uma coisa, mas diminuir a desigualdade é outra. Não vai ser dando bolsa, mas mexendo no IR, nos impostos, dando serviço público, diminuindo lucro de banco, desenvolvendo o país que a desigualdade vai cair de verdade.
