A primeira coisa que saltou aos olhos no debate é que Gregório tem queixo de vidro. Ele não aceitou ter sido desmentido em fatos alegados e questionado nas interpretações desonestas que fez no Greg News.
A segunda que eu acho que vai ficar é o reconhecimento da paciência DE JÓ que Ciro teve com Gregório. O cara só queria chorar e chamar ele de mentiroso e ainda chamou ele de desagradável na cara dele. A diferença ficou clara, o político era o idealista e o artista o pragmático.
O PT apodrece até o idealismo da juventude e a utopia da classe artística.
O debate trouxe lições interessantes.
Por exemplo, ficou claro o que a esquerda caviar chama de “antipetismo”.
Não é, como deveria ser, dizer que o PT é o mal e tudo contra o PT vale (acreditem, eu ouvi ISSO na Paulista bolsonarista).
É dizer que o PT e o Lula são corruptos.
Então fique sabendo, se você acha o Lula e o PT corruptos, você é um antipetista.
E então, você é?
Quem no Brasil não é?
A Janja?
Duvido.
Gregório já começou a mentir antes do “debate”. Até na errata que teve que soltar pelo “erro factual” dele foi desonesto. Disse que Ciro não continuou no governo FHC por causa do desgaste do temperamento. Mas esse era só o discurso da imprensa que queria um neoliberal no cargo. No mundo real, FHC ofereceu o ministério que Ciro quisesse para ele ficar no governo. Ele não ficou porque sabia da inflexão na política econômica. Quem diz isso não sou só eu ou Ciro, é o próprio FHC em seu livro de memórias.
Quando começou, Gregório continuou mentindo na cara dura. Queria sinceramente (isso me chocou) que Ciro pedisse desculpas por ter desmentido COM FONTES as mentiras dele.
Gregório continuou dizendo que Ciro disse ter “nojo do discurso ambientalista de Marina” a frase da matéria que ele usa, do Globo, é: ““Diante da admiração de um pedaço importante da sociedade brasileira, os artistas e os intelectuais, a Marina desconhece que o agronegócio paga a conta. Tenho nojo a esse tipo de discurso, que é até simpatiquinho, mas é mentira”.
Em outro momento surreal, afirma que Ciro chamou ele de “baixinho maconheiro”, talvez usando como fonte o DCM, que perdeu na Justiça essa semana processo contra o Ciro que disse que eles eram “tudo picaretas”.
Ciro jamais chamou o Gregório de maconheiro, embora ele mesmo, Greg, se chame disso. De baixinho chamou indiretamente, numa associação com Zelensky.
Gregório também se “enganou” pela décima vez quando negou que Bolsonaro venceu com 68% dos votos no segundo turno no Rio (67,95% se você quiser os décimos). Aparentemente, achou que Ciro estava falando do Brasil e Ciro achou que ele estava falando dos estados que ele, Ciro, citou nominalmente (SP, RJ, RS).
As avaliações que sairão nas redes já sabemos. No petismo e agregados todos dirão que o Ciro acabou. No pedetismo que Greg se destruiu. E no bolsonarismo “briguem desgraçados!”.
Para mim o saldo final é que ficou claro que não dá para debater com pós-moderno. O pós-moderno gosta de acusar, xingar e discursar sozinho. E se vitimiza quando é respondido. Não consegue ser respondido, não sabe lidar com a crítica da crítica. Ele gosta de falar sozinho.
Não sei nem se tem queixo de vidro. Acho que não tem nem queixo mesmo. É a geração do “I’m offended”.
No fundo todo pós-moderno é pouco mais que uma criança mimada.