Tem gente falando que questionar o Datafolha é negacionismo bolsonarista.
Não é. É pura racionalidade.
Porque aceitar o Datafolha é negar, ao mesmo tempo, quatro pesquisas que saíram essa semana feitas no mesmo período.
Isso seria também negacionismo bolsonarista?
Alguém necessariamente está errado.
Essa é uma necessidade lógica.
A questão é quem. Talvez todas.
Pesquisas são compradas. Fato. Nós não temos grana para encomendar pesquisas, outro fato. Não sabemos quais são compradas. Mas sabemos que:
Paraná foi encomendada por bolsonaristas.
PoderData é do petista Fernando Rodrigues.
XP é da XP, que é do Huck, tem sociedade.
Exame-Ideia é Exame, que é… Veja.
Datafolha é da Folha, que é elite liberal paulista.
Todas, menos a Datafolha, dão Bozo e Lula empatados com cerca de 30 e Ciro em terceiro entre 6 e 9. Todas, todas, tem interesse em achatar Ciro. As primeiras para garantir a polarização. As outras para assumir a 3a via.
Isso significa que a discrepância entre o Datafolha e as outras são fruto de fraude? Não necessariamente. A diferença principal é de metodologia. As outras foram pelo telefone, a Datafolha foi presencial, depois de quase um ano. Tem gente que diz que presencial é mais precisa. Falso.
Porque depende. Presencial é mais precisa pra opinião pública, mas não pra eleição. Numa eleição facultativa, como na prática a nossa é, a pesquisa por telefone é mais precisa, porque permite amostragem mais representativa e quem responde é quem tende a ir votar. Na rua responde qualquer um.
Nos EUA, com a generalização do celular e o voto facultativo, as pesquisas presenciais foram simplesmente abandonadas, depois de anos de diferenças maiores para os resultados eleitorais que as telefônicas.
Isso não é tapar o sol com a peneira. A pesquisa foi ruim, mas pouco diz sobre as eleições daqui a um ano e meio. Ela atrapalha são as articulações, apoios e alianças. Não se esqueçam que há 3 meses, segundo elas, Bozo era invencível. E o que nós vínhamos dizendo voltamos a dizer:
Nós vamos enfrentar Lula no segundo turno (se ele for candidato). E seremos seu pior pesadelo. Não vamos só vencê-lo. Vamos desmistificá-lo.
