Crise na Ucrânia: Os EUA contra a energia da Europa

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Por Cesar Benjamin – A Europa é deficitária em energia e leva a sério a necessária transição para uma matriz energética mais limpa.

A Rússia é superavitária em energia, incluindo gás natural, uma fonte limpa.

A Europa precisa comprar e a Rússia quer vender. Em um empreendimento conjunto, os dois lados construíram um novo gasoduto, bem maior que o anterior e que está pronto para operar.

Quando isso ocorrer, a Alemanha importará da Rússia 60% de sua energia. Isso consolidará uma parceria de longo prazo entre as duas grandes nações, com múltiplas dimensões.

Os Estados Unidos não querem permitir que isso ocorra. Quem conhece a história da diplomacia sabe que manter Alemanha e Rússia separadas sempre foi um dos objetivos estratégicos mais relevantes da política externa americana.

Os Estados Unidos precisam incrementar a tensão no coração da Europa e, no limite, deflagrar uma guerra ali. Biden já declarou, mais de uma vez, que não deixará o novo gasoduto operar.

A Ucrânia é o pretexto da vez.

É patético o contorcionismo das agências de notícias e dos nossos jornais para esconder uma verdade tão simples.

Por Cesar Benjamin

  1. O caos econômico do modelo soviético propiciou a libertação dos países do leste europeu. Quase todos recusaram se manter sobre o controle totalitário dos russos. A Ucrânia, infelizmente, perdeu a momento histórico de se filiar à Otan como fizeram vários outros ex-membros da cortina de ferro, como os vizinhos Romênia, e Bulgária, os quais gozam de segurança para nunca mais serem submetidos pelos russos. A Ucrânia, todavia, possuía lideranças que ainda se mantinham demasiadamente ligadas aos russos, como hoje ainda está a tirania na Bielo-Rússia. Tardiamente, a sociedade ucraniana decidiu impor a escolha pela vinculação à europa ocidental, em especial à União Européia, o Mercado Comum Europeu. Mas Putin já estava novamente ressuscitando o imperialismo russo, devido à melhora econômica que, justamente, a superação do sistema soviético propiciou. Putin instigou movimentos separatistas no leste ucraniano, que até esta data já provocaram mais de 14.000 mortes, sob o argumento da etnia russa. Mas há grupos étnicos russos em todos os países que faziam fronteira com a Rússia e que pertenciam à URSS, porque isso foi uma política de estado. Todos estes grupos também terão apoio russo ao separatismo? mesmo aqueles nos países bálticos? O tratamento que os russos receberam dos ocidentais, permitindo trocas econômicas de mercado, em parte gerou as condições para a Rússia restabelecer o imperialismo sobre a Ucrânia. Todos comentam as posições a partir de americanos e russos. Esquecem do direito dos ucranianos à auto-determinação.

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