Ciro Gomes reage contra parte da bancada do PDT que votou a favor da PEC dos Precatórios

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Foto: Andre Coelho/Bloomberg
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O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, reagiu energicamente contra parte da bancada do partido que votou a favor da PEC dos Precatórios ontem na Câmara dos Deputados.

Ciro anunciou que deixa sua pré-candidatura suspensa até que os deputados que votaram com o governo reavaliem sua posição na votação em segundo turno da PEC.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, também reagiu e anunciou o ingresso de uma ação no STF contra a votação remota de deputados que não estavam presentes em Brasília para votar no plenário. A ação do PDT visa derrubar a mudança ilegal no Regimento Interno da Câmara feita por Arthur Lira que pretende possibilitar a votação de deputados ausentes em todas as próximas votações, não apenas na de ontem.

A famigerada PEC dos Precatórios, se aprovada, dilacera um princípio jurídico básico e consagrado na Constituição Federal de respeito às decisões judiciais transitadas em julgado, ou seja, que não tenham mais nenhuma possibilidade de alteração. Assim, o governo passaria a poder dar calote no pagamento de dívidas do Estado com pessoas e empresas já determinadas pelo Judiciário como devidas.

O forte posicionamento de Ciro demonstra sua coragem de enfrentar as contradições internas de seu partido devido ao compromisso com suas ideias e valores. Esse episódio demonstra os limites éticos e políticos para o pragmatismo de Ciro Gomes em contraste com o oportunismo característico dos políticos tradicionais brasileiros.

Confira a íntegra da nota divulgada pelo ex-governador do Ceará:

Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios.

É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios.

A mim só me resta um caminho : deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição.

Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo.

Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas.

Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional.

 

  1. Os parlamentares do PDT (e PSB) também votaram a favor do Golpe Parlamentar 2015/2016 e também votaram nos desastres do Teto de Gastos, Deformas Trabalhistas, Deformas da Previdência, etc…

    Virou um Partido de “Biruta de Aeroporto”!!!

    Quanta falta faz Brizola nos tempos atuais…

  2. Isso é o maior calote e atentado contra a efetividade do Estado de Direito. Sem segurança Jurídica não há se falar em Democracia. E se torna verdade, “onde entra a política, a lei pula pela janela”… O STJ, o STF, a OAB Naclonal, o MPF, a CGU, o TCU, o Poder Judiciário no seu todo, os Estados, os Municípios, o Congresso Nacional se submeter a isso, velado o interesse politico proprioe, é os demais permanecerem inertes, as decisões judiciais viram entulhos de chacota nacional. Exclui–se do tripé dos Três Poderes da União, independentes, o Poder Judiciário, logo o que norteia os demais, se prevalente fosse o preceito constitucional do Art. 5°, cláusula pétrea: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”…. Revogam-se as disposições em contrário. “Devo, e nego, pago como quero, e se quiser”… Isso pode? Não!… Inconstitucionalissimamente.

  3. Biruta de aeroportos é definição mais coerreta para nossos políticos. Vale a pena carregar bandeira?

  4. PDT:
    A IGREJA DO DIABO!!!

    A GENIALIDADE MACHADIANA – EM RAZÃO DOS FATOS OCORRIDOS NA VOTAÇÃO, POR PARTE DA BANCADA DO PDT, NA PEC 23 – É ATUALÍSSIMA!
    (vide Machado de Assis)

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