Autocrítica sobre a PEC dos Precatórios

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O CAMINHÃO DA AUTOCRÍTICA ESTÁ NA SUA RUA! ALGUNS PALPITES A MAIS SOBRE A PEC DOS PRECATÓRIOS!

Quero retificar minha posição sobre a votação da esquerda na PEC dos Precatórios.

1. O voto contra a PEC não está errado (sim, autocrítica à moda da velha escola). Estão erradas as razões alegadas pela oposição de esquerda para fazer tal opção.

2. Há duas ordens de justificativas, a de que seria medida eleitoreira e de que ela daria um calote nos precatórios, abrindo espaço para as emendas de relator, para o orçamento paralelo etc.

3. Por partes. A PEC de fato é muito ruim, mas não pelos motivos alegados por parte da esquerda, de que seria eleitoreira, daria gás a Bolsonaro para disputar a reeleição etc. etc. Claro que é eleitoreira! Quero saber qual governante no poder abriria mão de lutar com unhas e dentes pela manutenção do cargo. Sinto, mas é do jogo.

4. Como quase tudo plantado no Planalto Central, a PEC está infestada de jabutis. Ela fura o teto – e isso é real – para o pagamento dos precatórios e para o auxílio emergencial e só. Segue espremendo todo o restante do orçamento – saúde, educação, ciência e tecnologia etc. – e pode piorar a situação dessas áreas em favor das emendas e das compensações para o centrão.

5. A PEC não revoga a EC 95, do teto de gastos, mas embute uma gambiarra para ajeitar pequenos e grandes interesses e conceder R$ 400 aos pobres até o final de 2022, além de sacramentar o fim do bolsa-família, realizado por MP;

6. Em miúdos – autocrítica 2 -, a PEC é uma merda. MAS…

7. A votação de ontem dá discurso a Bolsonaro para dizer duas coisas: A. A esquerda é contra dar dinheiro aos pobres e B. A esquerda defende o teto. São duas meias verdades poderosas;

8. Ao não termos no centro de nossa pregação, há mais de um ano, a demanda essencial de dinheiro na mão dos pobres, ficamos sem argumentos para exigir mais do que R$ 400 para 17 milhões, mas R$ 600 para 60 milhões, como Lula acertadamente defende;

9. Se não tivermos a expansão do auxílio emergencial – e a volta do bolsa-família – no centro de nosso discurso, ficaremos denunciando – como alguns em nosso campo – pedalada ou irresponsabilidade fiscal, reajuste pífio – de R$ 190 para 400! – em relação ao bolsa-família etc. etc. e deixaremos Bolsonaro à solta para brandir seu discurso picareta.

10. Para quem está com fome ou na fila do osso, essas são palavras ao vento. O que importa é ter comida no prato.

11. No mundo real, Lira teve dificuldades para ultrapassar os 308 votos necessários para a aprovação da PEC. A votação em segundo turno na Câmara e as duas no Senado estão no fio da navalha.

12. Assim, há amplo espaço – se a oposição conseguir unidade de ação com PDT e PSB – para negociar a recomposição orçamentária de áreas essenciais, sem que sejam afetadas pelos malabarismos fisiológicos da direita e da extrema-direita;

14. E seria necessário ter como essência de nosso discurso o fim da EC-95, ponto que deve ser central em qualquer candidatura presidencial da esquerda ano que vem.

  1. Onde esta o recurso obtido com a reforma da previdencia?
    Mais, estimativas apitam que 73% dos mortos pela covid foram de pessoas idosas!
    São 441,5 mil aposentaforias a menos na conta da previdencia!
    Onde esta o resultado dos cortes na saúde e na educação?
    Mas, o valor a ser pago a titulo de bolsa família, já está no orçamento, portanto, se a ideia é dispor de recurso para pagar o auxílio Brasil, o necessário seria só a diferença entre o valor ja orçado para o bolsa família e o valor que será gasto no “auxilio vota em mim Brasil”
    E por ai vai!!
    A pec, apenas, serve para dispor dinheiro para a campanha de 2022, pois não haverá dinheiro de empresas para financiar cabdidato.
    Com um agravante sério, quem vai administrar o recurso é o poder executivo, dai só vai receber dinheiro extra quem estiver alinhado com o Palácio!!
    Só uma pergunta:
    Porque ninguém questiona o fim do bolsa família??
    Onde “dorme” a esquerda que perde uma oportunidade de “gritar aos quatro ventos que o desgoverno atual, deixa os pobres com fome, com o fim do bolsa família, cujo dinheiro, já estava no orçamento?

  2. Segue MAURINGONI com sua louca tese de que a água envenenada é bom para os peixes na água parada. Para tentar explicar, segue com afirmações tortuosas, tipo, “Se o mau nós faz querer o bem, então o mau é bom”. Aí no final tenta dar uma de pragmático preocupado com os pobres, bem ao estilo, “os fins justificam os meios”. Tremendo picareta.

  3. Parabéns duplo a Gilberto Maringoni!
    Primeiro, pela capacidade de revisar sua posição anterior (foi muito ruim). Segundo, por entregar um texto lúcido.
    Concordo totalmente – e tenho dito a meus camaradas de militância – que é um erro se opor à PEC com o “argumento” de que é eleitoreira. A meu ver, o que Bolsonaro mais deseja é focar o debate no Auxílio Brasil. Não podemos cair nessa armadilha!
    Quem tem se posicionado de forma inteligente é Alessandro Molon. Ele disse: Em 2020, aprovamos auxílio de R$ 600, sem PEC. Podemos aprovar novamente um auxílio por Medida Provisória. Auxílio, sim. Calote, não!
    Ou seja: temos que defender o auxílio e direcionar as críticas ao calote nos cidadãos brasileiros.

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