A polarização ideológica e o papel do Estado

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Por Fernando Santos – No Brasil e no mundo observa-se a iminência do fim do ciclo de um debate ainda hegemônico que muitos estudiosos classificam como neoliberalismo, mesmo sofrendo uma certa resistência de alguns setores que tentam defender esse modelo. Nesse sentido, o neoliberalismo tem dominado a pauta do debate do econômico por cerca de 30 a 40 em nosso país, através da mídia, dos grandes meios de comunicação e dos grandes jornais. No entanto, alguns timidamente já assumem a importância do Estado para o desenvolvimento.

Assistimos a uma vertiginosa ascensão econômica da China, com suas fortes políticas estatais para o desenvolvimento, e também dos EUA, com o pacote Biden, e sua “guinada” para uma política mais desenvolvimentista, tendo o Estado como um dos principais agentes. Vale ressaltar que, apesar de ter alguns setores da economia nas mãos da iniciativa privada nacional, os EUA sempre foram um referência para muitos liberais brasileiros. Contudo, o Estado norte-americano sempre atuou de modo forte, protecionista e potencializador da indústria americana.

Entretanto, aqui no Brasil, o debate mais extremo, que alguns políticos e cientistas políticos chamam de “intoxicação ideológica”  tanto de esquerda como de direita, vem obstruindo como se fosse uma nuvem escura que impede o sol de penetrar para dar luz ao que realmente é mais importante e relevante para a sociedade brasileira. Durante os anos 30, com o presidente Getúlio Vargas, o Brasil dava início a uma era de maior crescimento e desenvolvimento econômico e social. Ainda é um desafio para muitos historiadores apontar uma definição mais exata sobre qual seria a “ideologia” de Getúlio Vargas. Isso porque, em alguns momentos de sua trajetória, Getúlio vai “colidir” tanto com movimento comunista de extrema esquerda na época (1935), como também com o movimento dos integralistas (1938), que tinha forte relação com o a extrema direita da Europa, o nazismo e o fascismo.

Pode-se perceber a necessidade da retomada de crescimento e desenvolvimento do Brasil. Portanto, torna-se imperativo um pacto nacional, em conjunto com toda a sociedade, e aproveitar o momento para priorizar e discutir o papel do Estado na economia, não como divisor tampouco como inimigo dessas correntes de pensamento ideológicas, mas como solução e indutor para enfrentar a atual crise de saúde e econômica que o país enfrenta e, dessa forma, promover o estado de bem-estar social em todos os segmentos da economia nacional em torno de um projeto nacional de desenvolvimento.

Por: Fernando Santos.
Militante do nacional-desenvolvimentismo, do trabalhismo e presidente da juventude da associação de moradores do bairro caeiral no interior do Ceará.