O voto impresso como proposto por Lupi é contra Bolsonaro, não a favor

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Por Ciro Gomes – Para ficar bem claro: o que Lupi defendeu, teoricamente, em uma entrevista, não foi a substituição do voto eletrônico por voto impresso em papel. Mas o aperfeiçoamento da urna eletrônica, tornando-a capaz de gerar um canhoto impresso.

Ou seja: as pessoas votariam em uma urna eletrônica semelhante à atual e seu voto também seria computado eletronicamente. Só que cada urna geraria e armazenaria um comprovante que seria retido por ela, de forma secreta e indevassável.

Qual o problema em tornar um sistema, que já é bom, em um sistema melhor? Qual o problema de termos uma cópia de segurança impressa, palpável e acima de qualquer suspeita, para eventual checagem?

Por que esta espécie de rendição, de covardia e fatalismo absurdo que fazem considerar Bolsonaro “dono” de qualquer ideia da qual sua turma se apropria?

É este tipo de pensamento derrotista que está fazendo Bolsonaro, entre outras coisas, se apropriar de símbolos pátrios – como nossa bandeira, nossas cores nacionais – e muitos aceitarem passivamente este sequestro.

Defender o voto eletrônico com cópia impressa, nos moldes propostos por Lupi, é ser contra Bolsonaro e não a seu favor. Se implantado, mataria, por antecipação, sua tentativa de sabotar os resultados do pleito de 2022.

Para concluir, basta lembrar que nosso líder imortal, Leonel Brizola, quase vítima do escândalo ProConsult, sempre defendeu a cópia de segurança em papel.

Por Ciro Gomes