Volta um monstro, nasce uma Monstra

Botão Siga o Disparada no Google News

Bem-vindo de volta, André! Como é bom falar isso depois de 15 anos do último quadrinho de André Kitagawa, e como é bom voltar a vê-lo com um quadrinho nacional de peso em mãos. Contemplado pelo Proac, o autor, já vencedor de HQ Mix de melhor revelação, mostra o urbanismo ao extremo numa trama dividida em 3 capítulos-histórias que se conversam de forma genial, quase um quebra cabeça montado pelo diretor Quentin Tarantino, se esse fosse quadrinista.

Com traços de lápis apagado por borracha em papel escuro a história, tipicamente brasileiras tem guinadas absurdas pelas vidas de personagens com fome de violência e apelidos marcantes, Ryta dos Patins, uma antiga dançarina e modelo que sonha com sua volta ao estrelato, Zoinha, que entra para um esquadrão de mulheres matadoras, e Jámorreu, um funcionário da limpeza de um típico inferninho do centro que pensa em acabar com tudo. Tudo isso cria uma HQ que não se deixa desgrudar das mãos do leitor em suas 120 páginas.

O lançamento vem pela também nascente Editora Monstra, braço editorial da querida Loja Monstra do amigo Guilherme Lorandi, calejado dos tempos da Gibiteria. É um quadrinho delicioso, feito por quem gosta de quadrinho, e comentado também, os textos de apoio da edição, primorosa, diga-se de passagem, são de ninguém menos que Lourenço Mutarelli (Capa Preta e Mundo Pet), Marcello Quintanilha (Escuta, Formosa Marcia e Tungstênio) e Marcelo D’Salete (Angola Janga), além do diretor Mario Bortolotto, que assina o posfácio.

Para este que vos escreve é certo desde já que Risca Faca figurará em todas as premiações de melhores quadrinhos do mercado nacional, juntamente com sua editora. A recomendação que fica para o leitor é máxima.