A verdadeira polarização é aquela entre a mediocridade e o futuro do Brasil

A verdadeira polarizacao e aquela entre a mediocridade e o futuro do Brasil
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O discurso padrão da mídia é ressaltar a todo momento a polarização, mas que polarização é essa? Segundo a mídia, o Brasil encontra-se polarizado entre Lula e Bolsonaro, como se fosse uma luta do bem contra o mal. Ambos parecem gostar dessa dobradinha com a mídia, mas cada um traz para si a representação do “lado bom” dessa polarização em um discurso mais maniqueísta do que os filmes mais toscos de heróis, que ganharam certa complexidade na última década. As entrevistas no JN mostraram que essa polarização aparente esconde consigo uma outra polarização, muito mais fatal para o destino do Brasil enquanto nação soberana: a polarização entre o futuro do país e a mediocridade.

Os líderes das pesquisas apostaram praticamente todas as suas fichas em um discurso de rejeição ao outro e não conseguiram apresentar um projeto sequer para os eleitores que estão sofrendo o pão que o diabo amassou no processo (cada vez mais acelerado) de colonização do Brasil.

Bolsonaro aposta no discurso de demonização do PT, do seu suposto comunismo (o PT hoje sequer é social-democrata) para encobrir todos os erros de seu governo desastroso, desde a economia completamente sem rumo até o descaso total com a vida dos brasileiros na pandemia. A única coisa que consegue oferecer ao povo é um discurso mentiroso sobre o Brasil na sua gestão e o terrorismo eleitoral típico de que é preciso votar nele para que o PT não volte.

Lula aposta em uma volta a um passado mítico, da forma mais reacionária possível (sim, o elemento de volta a um passado glorioso e idealizado é um sintoma do reacionarismo) enquanto defende cada vez mais o discurso econômico neoliberal que sempre disse combater. Sua fala dizendo que o para governar é preciso “credibilidade, previsibilidade e estabilidade na economia” me fez questionar até se não tinha um ponto no ouvido reproduzindo um discurso de Geraldo Alckmin, seu vice. O discurso econômico que Lula defendeu no JN causa inveja em todos os “neoliberais entreguistas” que Lula e o PT sempre criticaram. O que tem a oferecer? Um cheque em branco para o eleitor e o terrorismo eleitoral de que ele vai derrotar o fascismo representado por Bolsonaro.

O discurso dos dois que lideram as pesquisas apresenta uma polarização discursiva, mas não apresenta nenhum conteúdo programático palpável e nenhuma saída para o Brasil. O único capaz de apresentar isso foi Ciro Gomes, que usou seu palanque no JN para apresentar suas visões para o Brasil em uma série de propostas para desenvolver o Brasil e tirar nosso país do subdesenvolvimento: eliminação da pobreza com um programa de renda básica de R$1000 para cada família, um programa para enfrentar os juros abusivos do sistema financeiro no Brasil, uma nova visão de desenvolvimento que entenda as demandas do Brasil profundo e concilie o país em um novo ciclo de crescimento sustentável.

Diante de uma diferença tão gritante em termos de conteúdo programático, como o brasileiro ainda pode apostar as suas fichas na mediocridade? Bolsonaro e Lula só conseguem polarizar o Brasil a partir do medo e nada mais. Esse medo é o elemento que permite com que não façam absolutamente nada e não proponham absolutamente nada para enfrentar a desigualdade pornográfica e a miséria galopante no país. O que eles não entendem é que essa mediocridade que fez o Brasil chegar onde está. Lá atrás, o PT percebeu que não precisava propor mais nada de concreto para o Brasil, apenas ser menos repugnante que o outro lado; Bolsonaro também percebeu isso. Até quando vamos perceber que é essa dança da mediocridade que alimenta nossa crise ininterrupta, assim como a dissolução do Brasil? Será que finalmente o Brasil vai se levantar contra esse biparditarismo da mediocridade nas eleições de 2022 ou precisamos avançar mais ainda no abismo em que já estamos para que o brasileiro acorde?

  1. Se o fascismo conquistar a releição, à qual se seguirá um golpe de estado e a implantação de uma ditadura similiar à de Pinochet, Ciro Gomes e seus ciristas de estimação terão feito tudo que esteve aos seus alcances para que isso ocorresse. Esse sítio e a participação de Ciro Gomes no debate da Bandeirantes são testemunhas dessa orquestrada atuação para beneficiar Bolsonaro tentando fazer o povo acreditar que o miliciano e o metalúrgico social liberal são iguais. O caráter de classe da desonestidade intelectual de Ciro Gomes e de seus ciristas de estimação é cada vez mais transparente. Que lástima!

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