A traição da Petrobrás: porque vamos sentir saudades da PPI

A traicao da Petrobras porque vamos sentir saudades da PPI
Botão Siga o Disparada no Google News

Ninguém que ama o Brasil realmente esperava nada de um governo Lula, a não ser, a interrupção da doação do patrimônio nacional.

Mas até para os padrões de traição e comércio de Lula, o que está acontecendo na Petrobrás é surpreendente e ultrajante.

Enquanto a esquerda oportunista fingia esperar um presidente nacionalista e desenvolvimentista na Petrobrás, Lula cumpriu seu acordo com os irmãos Marinho, seus principais acionistas individuais, e nomeou Jean Paul Prates presidente da nossa mais importante companhia.

Quem é Jean Paul? Um passado mais recente o descreve como um senador do PT que conseguiu seu mandato como suplente da senadora Fátima Bezerra, que assumiu como governadora do RN em 2019. Uma investigação que cabe pra quem tiver tempo, é o do financiamento da campanha de Fátima Bezerra para o Senado e depois para governadora.

Mas isso chega a ser pedigree petista. O verdadeiro Jean Paul é personagem sinistro e central da destruição de nosso país nos últimos 30 anos. Como nos lembra artigo da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Paul foi um dos principais articuladores da quebra do monopólio estatal do petróleo no governo FHC, em 1997. Foi um dos artífices da elaboração da Lei do Petróleo (Lei No 9478/97) e redator do Contrato de Concessão da exploração. Em 1997 defendeu a privatização da Petrobrás.

Desde 1991, Paul é empresário que atua como consultor das petrolíferas que querem explorar o petróleo e o mercado brasileiros, através da Expetro Consultoria. Segundo o site Viomundo, Jean Paul a dirigia até 2018, e apesar de ainda atuante no mercado, a página da empresa desapareceu da internet desde que o nome de Paul começou a ser ventilado como futuro presidente da Petrobrás.

Paul trabalhou como consultor representando interesses de várias empresas petrolíferas internacionais, como a ALESAT, a Pancanadian/Encana, a Anadarko, a Gulf Oil, a Ranger Oil, a Suncor, a Shell e a Texaco. Ao todo, teve como clientes mais de 50 empresas privadas de petróleo. Agora, segundo o PT, vai defender os interesses da Petrobrás.

Lula realmente transforma todos os que toca em um “guerreiro do povo brasileiro”.

Nada mudou na política da empresa, segundo a própria AEPET. Com a desculpa de que o conselho de administração ainda era o de Bolsonaro, a Petrobrás distribuiu 4,34 bilhões de dólares em dividendos para seus acionistas privados, principalmente estrangeiros, no primeiro trimestre. Enquanto entre 2005 e 2020 a razão média entre os dividendos pagos e o investimento líquido foi de 12,7%, no primeiro trimestre de 2023 foi de 735,6%, repetindo a delinquência da política de 2021 e 2022.

Então, já com o novo conselho de administração “lulista”, com direito a nomeação por Lula de assessor de Paulo Guedes, a Petrobrás aprovou dia 11 de maio (como eu vinha prevendo) o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas no valor de R$ 1,89 por ação ordinária e preferencial. Assim, cerca de R$ 24 BILHÕES serão distribuídos a investidores segundo a própria Agência Brasil.

Em vez de investir no futuro do Brasil para tirar o mais rapidamente possível a maior quantidade de Petróleo do fundo de nossos mares, a Petrobrás continua “desinvestindo” e distribuindo os resultados de sua depredação por seus acionistas estrangeiros. Nos três primeiros meses do ano, o Governo Lula executou as privatizações do Polo Norte Capixaba, Polo Golfinho, Polo Camarupim, Polo Pescada, Lubnor e Potiguar, com a desculpa de que havia “pré-contratos assinados”. Pré-contratos.

Então, finalmente, na peça teatral de maior desfaçatez do Governo Lula até aqui, para mascarar o saque contínuo de recursos da Petrobras, Jean Paul, aquele que foi escalado por Lula para defender os interesses de nossa empresa petrolífera, anunciou o “fim da PPI”.

O que é a PPI? A ABICOM, Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis, explica o preço de paridade de importação (PPI) como o cálculo do preço da gasolina e óleo diesel operado pela Petrobrás a partir do custo agregado dos valores internacionais da gasolina, óleo diesel, valor do câmbio, RVO e frete marítimo. Na prática, isso serve para a Petrobrás cobrar o valor que pagaríamos se fossemos importar a gasolina que consumimos, portanto condenando o consumidor brasileiro a pagar o maior preço possível do mercado.

Segundo o PT, a PPI, que podia determinar o preço dos combustíveis de forma muito objetiva como vemos nos relatórios da ABICOM, acabou. E pelo que ela foi substituída? Em nota oficial, a Petrobrás anuncia os novos parâmetros de formação de preço:

“A estratégia comercial usa referências de mercado como: (a) o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e (b) o valor marginal para a empresa. O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos, já o valor marginal é baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.”

Eu seja, NÃO MUDOU NADA, com uma exceção. A empresa vai continuar procurando o preço máximo, mas agora NÃO SABEREMOS MAIS QUE PREÇO DEVERIA ESTAR SENDO COBRADO, porque a PPI, que era um critério objetivo, acabou. Agora, o critério é dado por Paul, o Paul, que agora, segundo o PT, defende os interesses de nossa petrolífera.

Já podemos ver o que isso significa com o anúncio do dia 15 de maio. Enquanto a ABICOM, principal beneficiada, alegava em seu relatório do dia 15 de maio que a Petrobrás estava praticando um preço para a gasolina 17% ACIMA DO PPI, o governo ao anunciar seu fim ofereceu SOMENTE 10% DE DIMINUIÇÃO do preço da gasolina.

Ou seja, hoje, a Petrobrás pratica PREÇOS PIORES QUE O PPI, mas sem baliza alguma. A não ser, é claro, a diligente defesa de seus interesses por.. Jean Paul, do PT.

Todes nós vamos sentir saudades da PPI.

Mas vamos sentir saudades com “amor”, sem “fascismo”.

Lula é o maior traidor da história da Petrobrás. Primeiro, em seus primeiros mandatos, começou impedindo a recompra das ações da Petrobrás pelo BNDES. Seguiu promovendo “a maior capitalização da história“, quando entregou a maioria das ações da Petrobrás pra estrangeiros e colocou ela sob as regras de mercado dos EUA. A partir daí, destruiu a reputação da empresa a transformando num prostíbulo, centro de corrupção e compra de apoios políticos. Agora, em seu terceiro mandato a coloca à serviço de seus acionistas estrangeiros e nacionais contra seu próprio futuro e o interesse do povo brasileiro.

Lula é o coveiro da soberania e desenvolvimento nacionais.

Não aceitem isso como cínicos. Levantem-se e lutem contra essa traição.