A tática eleitoral do PSOL e a despolitização de Juliano Medeiros

A tatica eleitoral do PSOL e a despolitizacao de Juliano Medeiros
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O PSOL definiu sua tática eleitoral. Tenho respeito e reconhecimento pelo papel do PSOL na política nacional e desejo boa sorte no caminho seguido – e respeito não significa ausência de discordâncias ou de críticas.

Dito isso, despolitizante, para dizer o mínimo, o presidente do PSOL classificar de “mera demarcação de posições” e “aventura” quem não segue a mesma tática eleitoral do partido. No melhor dos cenários, Bolsonaro perdendo esse ano, continuaremos tendo um campo de extrema-direita mais ou menos forte. Tendencialmente, em 2024 e 2026, a extrema-direita vai continuar tendo competividade eleitoral e, tomando os fatores de hoje, força em colégios eleitorais centrais, como Rio e SP.

Já hoje, em Pernambuco, os dois candidatos de Bolsonaro ocupam 3° e 4° lugar nas pesquisas eleitorais. Então para derrotar a extrema-direita fascista no Governo, ou impedir sua vitória eleitoral, temos que fazer “frente ampla” (é isso que o PT está construindo), caso contrário estamos falando de “aventura” e “mera demarcação de posições”? Se o presidente do PSOL tomar esse critério a sério, o seu partido não teria candidato em Pernambuco, por exemplo – já que a coligação da “frente ampla” em Pernambuco não é muito diferente da nacional.

Sou contra qualquer deboche ou ataque ao PSOL por causa da sua tática eleitoral. Mas sou contra também falsos argumentos de terrorismo eleitoral baseados no medo. Toda escolha política é isso, uma escolha política. Querer colocar como imperativo moral ou uma obviedade ética é só despolitização. E temos vários caminhos na luta comum para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo.