A tentativa de enterrar a rebelião popular no Chile

A tentativa de enterrar a rebeliao popular no Chile
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Quando Gabriel Boric assumiu, várias vozes no Brasil afirmavam que começou um governo antineoliberal. Muito foi falado sobre as tatuagens, barba e a “beleza” (?) de Boric. Agora vamos olhar para economia!

O ministro da fazenda, Ministro Marcel, no site OFICIAL do governo, anuncia que o Governo Boric trabalha para constitucionalizar a “responsabilidade fiscal”. Vários aspectos da política fiscal chilena na constituição, lembram a Lei de Responsabilidade Fiscal de FHC!

Uma rebelião popular cobrando saúde, educação e previdência pública e universal. E recebe como resposta uma amarração de política fiscal de austeridade que pode, no máximo, melhorar um pouco o que existe. Mas não é possível construir serviços universais com austeridade. Mas piora!

Ainda no site oficial do Governo, o Henrique Meirelles do Chile, anuncia a “autonomia” do Banco Central – medida que Bolsonaro e o Centrão aprovaram no Brasil! No site do governo, é trágico o anúncio das funções do Banco Central.

Segundo o site: “controle da inflação, estabilidade da moeda, estabilidade dos pagamentos internos e externos e estabilidade financeira”

Pleno emprego? Fim da miséria? Redução da pobreza?

Nada disso. É uma concepção de função neoliberal do Banco Central.

Por fim, ainda no site oficial do governo, o neoliberal que comanda a economia tira onda: “ou seja, na esfera econômica, muitas das preocupações que existiam há algum tempo foram esclarecidas e acho que isso é algo bastante positivo”.

Um deboche com a rebelião popular!

E mais uma vez na história da América Latina, os exploradores e oprimidos conseguem criar uma correlação de forças para montar um governo de enfrentamento. Mas, de novo, a economia fica onde sempre esteve e sobra as “migalhas” para serem disputadas.

Por fim, sem uma mudança, essas medidas enterram a tese de que o Governo Boric espera a constituinte para avançar no programa. O governo está atuando para tornar a nova constituição mais conservadora e alinhada com o neoliberalismo!