Na comunicação, pra convencer as pessoas há basicamente duas abordagens. A 1ª é falar o que o seu interlocutor quer ouvir, ir até ele. A 2ª é explicar o que você pensa, fazer o interlocutor vir até você. Os dois tem vantagens e desvantagens, principalmente quando levados ao limite.
De certa forma, o marketing político se “viciou” na 1ª abordagem. Fazia-se pesquisas e os candidatos viravam produtos, falando exatamente o que os eleitores queriam escutar. Hoje, candidatos como Moro e Doria fazem isso. E Lula foi talvez o melhor e maior expoente dessa linha.
Ocorre que o mundo agora é outro. Com crise econômica, política, sanitária e social, as pessoas tendem a ficar voláteis, querem muitas coisas, mas não sabem como. Se você não investe na educação política, no convencimento, as posições políticas da sociedade não mudam.
A direita entendeu isso muito bem, no Brasil e no mundo. Enquanto a esquerda estava “adestrada” a evitar as polêmicas e bolas cruzadas, a direita ia em cima delas. Foi por isso que Trump e Bolsonaro não só venceram eleições, mas mudaram a política de seus países para a direita.
Crises demandam mudanças estruturais, e não haverá mudanças profundas se não houver disputa política na comunicação. Não falar simplesmente o que o eleitor quer ouvir, mas trazê-lo para a sua discussão. E daí que vem a escolha da palavra “rebeldia”, sem a qual não há “esperança”.
Alguns podem ter receio do slogan Ciro – A Rebeldia Da Esperança. Mas a verdade é que ele “assume” Ciro como o candidato que é, com todas as suas características. A rebeldia é um traço comum a todas as pessoas, e está muito ligada à coragem, resistência, coerência. Precisamos disso.
Ciro não precisa esconder sua rebeldia, mas sim mostrá-la. Precisa mostrar aos outros que todos nós temos muita rebeldia dentro de nós, principalmente num contexto revoltante como esse. E convencer os eleitores de suas posições, pra fazer as mudanças profundas que o país precisa.
