#PrefiroCiro: João Santana mostra a que veio

#PrefiroCiro João Santana mostra a que veio prefiro ciro gomes
Botão Siga o Disparada no Google News

Hoje a pré-campanha do presidenciável Ciro Gomes subiu mais um degrau comunicacional. O marqueteiro João Santana lançou um slogan para mobilizar a base cirista e furar a bolha da “Turma Boa” para disputar o eleitorado de centro brasileiro: #PrefiroCiro.

Desde que foi contratado pelo PDT para chefiar a comunicação do partido e do presidenciável trabalhista, João Santana já balançou o mundo político. Com diversas ações inovadoras, o marqueteiro é capaz de fazer Ciro Gomes trafegar por diversos públicos, tratar de assuntos específicos, utilizar linguagens distintas para cada nicho, e atingir camadas cada vez maiores da população.

Para os jovens amantes de games, o ex-governador apresenta um podcast semanal chamado “Ciro Games” no qual sua esposa, filhos e netos aparecem se divertindo com videogames, recebem convidados da política como Henrique Mandetta, da cultura como Alcione, ou influenciadores de temas virais na internet como uma especialista em séries coreanas, Carol Pardini. O formato é um sucesso, e faz com que Ciro consiga se modernizar ao passo que impõe seu sofisticado debate sobre economia política para um público já nascido no pós-fordismo e submetido à violência alienante da internet. Na mesma toada, Ciro acelerou uma agenda de entrevistas para podcasts de sucesso como Flow Podcast (com Igor e Monark), Mais que 8 Minutos (com Rafinha Bastos), Inteligência LTDA (com Rogério Vilela), Cara a Tapa (com Rica Perrone), e continua aceitando convites praticamente semanais.

#PrefiroCiro João Santana mostra a que veio prefiro ciro gomes

Além disso, Ciro tem feito um giro pelas periferias do Brasil muito mais para ouvir do que para falar. Visitando morros no Rio de Janeiro, favelas em São Paulo, projetos culturais do movimento negro na Bahia, etc., Ciro tem ouvido diretamente aqueles que sofrem concretamente com os efeitos da política econômica que ele denuncia todos os dias. Paralelamente tem feito um esforço educador ao rememorar eventos históricos do Brasil como a Guerra de Canudos, tendo ido gravar na Igreja de Santa Cruz em Monte Santo, para recuperar e defender a identidade histórico-cultural das lutas dos nossos antepassados compatriotas.

E é claro, tem feito peças curtas comentando os assuntos mais atuais da política nacional, particularmente contra o governo Bolsonaro, mas também contra a tentativa de volta ao passado de um idílico governo lulista como suposto antípoda do atual. Aliás, Ciro e João tem conseguido pautar no debate público o desastre dos governos petistas que culminou em Bolsonaro. A mais recente foi a discussão pública com Dilma Rousseff, que o PT busca esconder ao máximo devido sua gigantesca rejeição na população, no mundo político e inclusive dentro do próprio partido. Lula mordeu a isca ao abraçar a renegada correligionária e fazer um comentário infeliz que pegou muito mal sobre as sequelas da covid, tragédia que acometeu milhões de brasileiros.

Parece banal, mas o slogan expressa a capacidade de João Santana de surfar no clima do presente, mas principalmente deslocar o zeitgeist político brasileiro em diversas dimensões.

A primeira, e mais óbvia, é a crítica ao presidente Jair Bolsonaro que conduz um governo desastroso em meio a maior pandemia moderna. Ciro Gomes tem sido uma das principais vozes públicas a denunciar a política econômica e social que gerou altas taxas de desemprego, aceleração da inflação, colapso das contas públicas, além dos escândalos de corrupção da família Bolsonaro e dos militares bolsonaristas que roubam até nas vacinas durante a maior crise sanitária da história do Brasil. “Prefiro Ciro” abre uma brecha para o centro, mas também para o ex-bolsonarista decepcionado que permanece antipetista.

A segunda, também evidente, é a crítica ao líder das pesquisas que polariza contra o atual presidente, o ex-presidente Lula. Contra o “mito de esquerda”, Ciro mantém um discurso coerente desde os tempos quando apoiava criticamente os governos petistas, e denunciava dois aspectos fundamentais: 1) o modelo macroeconômico fracassado que aprofundou a desindustrialização e o subdesenvolvimento do Brasil (e que continua no governo Bolsonaro); e 2) o modelo de governança política fisiológico baseado na transação subterrânea de cargos, financiamento de campanha, e verbas públicas (igualzinho no governo Bolsonaro), e não em torno de um projeto nacional amplo e negociado abertamente perante a sociedade. O projeto econômico do PT basicamente sempre foi manter a mesma política econômica do PSDB com um pouco mais de assistência social e empregos de baixo valor agregado sustentados pela exportação de produtos primários. Já o projeto político petista era ainda mais conservador ao entregar super poderes para as corporações públicas não-eleitas do Ministério Público e Judiciário principalmente, enquanto fortalecia o fisiologismo do baixo clero entre as figuras mais corruptas do sistema partidário como Roberto Jefferson, Valdemar da Costa Neto, Eduardo Cunha, etc. “Prefiro Ciro” também dá alternativa ao eleitorado ex-antipetista que poderia votar em Lula como “mal menor” diante do descalabro bolsonarista.

A terceira dimensão é mais ampla, mas é interligada com as duas primeiras. “Prefiro Ciro” não é uma atitude apenas contra Bolsonaro e Lula, mas justamente contra essa governança política corrupta e o modelo econômico expresso nos dois líderes das pesquisas. Ciro Gomes é um homem da política, e como tal, lutou bravamente contra a ascensão da antipolítica no Brasil, no entanto, devido à radicalidade de seu projeto que propõe transformar profundamente tanto a economia como a política nacional, o cearense aparece como verdadeiro líder “antissistema”. Ciro guerreou publicamente contra todos os grandes representantes tanto do sistema político como da antipolítica. Ainda durante os governos Lula e Dilma, denunciava a corrupção dos aliados do PT liderados por Michel Temer. Durante o impeachment de Dilma e os processos da Lava-Jato contra Lula, Ciro atacava violentamente o ex-juiz Sergio Moro muito antes de virar moda graças a Glenn Greenwald. E às vésperas da eleição de 2018, Ciro avisava o Brasil do risco da vitória do antipetismo como expressão da antipolítica em torno de um candidato de extrema-direita. Dito e feito.

Como quarta dimensão, aqui cabe uma digressão mais detalhada sobre como “Prefiro Ciro” expressa a responsabilização do PT pela chegada ao poder da extrema-direita no Brasil. Bolsonaro é a pura síntese da combinação de fatores gerados pela passagem desastrosa do PT no governo federal. O empoderamento tanto do corporativismo judicial de um lado, como de corruptos por outro, que gerou a antipolítica lavajatista. Essa mesma política de empoderamento de corporações não-eleitas também promoveu os piores militares brasileiros como os generais Heleno, Mourão e Villas Boas, que deram sustentação para o bolsonarismo nas Forças Armadas também como expressão da antipolítica. Mas principalmente, a política econômica catastrófica do governo Dilma, cujo ponto culminante é o estelionato eleitoral do ajuste fiscal recessivo de Joaquim Levy, mas que foi gestada ainda nos governos Lula que sempre manteve o tripé macroeconômico desindustrializante. Essa quarta dimensão se expressa no “contra-slogan” que o PT quer esconder desesperadamente: “Dilma é Lula, e Lula é Dilma”.

Como quinta dimensão que gostaria de destacar, esta talvez a mais importante, porém, a que gera menos barulho nas redes sociais ou mesmo na mídia tradicional: o Projeto Nacional de Desenvolvimento de Ciro Gomes. Ele mesmo repete um trinômio que deveria servir de síntese de todas as dimensões anteriores: Ideia, Exemplo e Militância. Ideia, justamente para apresentar soluções concretas para os problemas concretos do Brasil, é para isso que o político deu uma de intelectual e escreveu um livro brilhante com uma análise profunda e propostas ousadas sobre a sua pátria. Exemplo, pois é um homem com larga experiência política, que demonstrou competência quando no poder como parlamentar, governador e ministro de Estado, e honestidade, sem nunca ter sido acusado de nenhum ato de corrupção. Militância, por sua vocação patriótica de rodar o Brasil mobilizando o povo com sua indignação e ideais. A essa militância, inclusive, deve ser incluída a entrada de João Santana no time de Ciro justamente para dar o toque final de comunicação que só a genialidade do marqueteiro baiano poderia dar.

“Prefiro Ciro” sintetiza todos esses aspectos e resolve qualquer dificuldade discursiva que a “Turma Boa” com suas florezinhas no Twitter possam ter para levar o Projeto Nacional para corações e mentes de toda a população brasileira. Em 2021, João Santana mostrou a que veio. 2022 é logo ali.

  1. O jingle, o vídeo e a abordagem geral ficaram muito bons!
    Destaco:
    1- Clara opção pelo verde-amarelo: Capa do vídeo com bandeira do Brasil estilizada, cores das legendas, exibição de figurantes com bandeiras do Brasil e camisa canarinho, tudo mostra enorme diferença estética com “os vermelhos”;
    2- Reforço ao “nem, nem”: A letra usa “não” e “nem” inúmeras vezes. Além de dialogar com que não quer Bozo nem Lula, ela parece querer inculcar nos ouvintes a rejeição a esses dois nomes;
    3- Apresentação de uma opção: O jingle não se limita a negar; diz o que quer: paz, valor verdadeiro, amor bem brasileiro, trabalhar, o Brasil que admira e… Ciro;
    4- Uso de imagens com o MBL: Será que o Renan Santos vai “cirar”? Ou se arrependerá amargamente de ter figurado ao lado de Ciro no 12 de setembro? rsrs

  2. Antigamente os Marketeiros ganhavam muito dinheiro concentrados no período eleitoral disposto na lei (geralmente julho a outubro do pleito), porém parece que virou moda desde Bolsonaro a se fazer campanha antecipada 1 ano ou mais de 2 anos antes das eleições, acredito que para se utilizar Marketeiros caros diluindo os seus recebimentos em um período maior e se aproveitando de um vácuo em que muitos candidatos ainda não se formalizaram como tal (ainda não aprovados em prévias partidárias).

  3. #PrefiroDoidoCiro … desculpe, mas o Ciro é doido demais. Ouvi de um motorista de Uber, cearense: “olha, este que esta aí é um lunático. O Ciro é um doido. Você não sabe qual é a dele nunca”. Olha que análise

Deixe uma resposta