O PT vai aproveitar o caso da Lojas Americanas para regular o mercado financeiro?

O PT vai aproveitar o caso da Lojas Americanas para regular o mercado financeiro
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Uma grande oportunidade apareceu para Fernando Haddad, o Ministro da Fazenda do Governo Lula III, regular o mercado financeiro.

Mesmo auditada, a empresa Lojas Americanas deixou de registrar R$ 20 bilhões de dívida com bancos em seus balanços.

Como o patrimônio é de cerca de R$ 15 bilhões, quando o mico aparecer, a empresa, listada na B3, terá um patrimônio negativo de nada menos que R$ 5 bilhões. Correria, desespero, mauricinhos do mercado tendo infarto. Tudo isso está na conta.

Porém, o que interessa é: Como a CVM terá deixado isso acontecer? O que vai acontecer com as milhares de lojas abertas, empregos formais e dívidas com fornecedores de uma ampla variedade de produtos? O efeito em cadeia sobre a economia real do Brasil pode ser significativo.

Há muitos detalhes no assunto e, como sempre acontece em casos de corrupção na esfera privada, o público não ficará sabendo de tudo.

O que será feito daqui para adiante é que nos importa.

Por exemplo: haverá algum tipo de investigação sobre os bonitões Lehman, Sicupira e Telles (3G), mesmo que não sejam mais controladores desde 2021 (mas ainda são majoritários)?

Sergio Rial, que ficou por 10 dias como CEO da empresa e revelou o rombo, falará tudo o que sabe?

Coincidentemente, na mesma semana o governo apresentou uma lista de medidas para recuperação fiscal, todas elas baseadas em renegociação de passivos tributários de pequena/média escala.

Assim sendo, é incoerente achar que o Estado faça um programa de salvamento da empresa a fim de adocicar sua relação com a Faria Lima.

É incoerente, não é Haddad? Não me venha com essas ideias!!!

Resta saber se, neste momento de “o rei está nu” da Faria Lima e seus sequazes, PriceWater House Coopers em primeiro lugar, CVM junto, o Estado saberá dar o golpe de mestre que poderia dar. Um wasari, um touché no mercado.

Apresentar um extenso projeto de lei de regulamentação do mercado, embutindo auditagem de dívidas privadas e públicas, extinção de instrumentos de manipulação de dívidas, intervenção no mercado secundário de títulos e futuros, e outras delícias.

Tudo em defesa da população, claro. Nessa hora, até eu cito os EUA: shareholder protection!!!

E para coroar, ainda batizaria o projeto de Lei Americana de Proteção do Mercado.

E aí governo do PT, vamos?