Sem projeto nacional de desenvolvimento, nunca teremos uma independência plena

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Sem projeto nacional de desenvolvimento, nunca teremos uma independência plena

Por Túlio Aramont.

A história do Brasil é permeada pela luta pela independência nacional, um capítulo que definiu os rumos do país ao longo dos séculos. No entanto, é imperativo compreender que a independência não representa um fim em si mesma, mas sim um meio para alcançar um objetivo maior: a busca pelo desenvolvimento e a construção de um projeto nacional que promova o bem-estar e a prosperidade de todos os brasileiros.

Nesse contexto, fica claro que a independência nacional e a concepção de um projeto de desenvolvimento estão profundamente entrelaçadas, formando uma ligação essencial em que uma não pode ser plenamente realizada sem a outra.

O Brasil, desde os tempos coloniais, buscou sua emancipação do domínio estrangeiro. O processo que culminou na independência em 1822 foi apenas o início dessa jornada. A nação recém-formada enfrentou desafios significativos em sua busca por autonomia política e econômica. No entanto, a independência política por si só não garantiu a prosperidade ou a estabilidade que o país ansiava.

Foi necessário, ao longo dos anos, mais precisamente após 1930, formular e implementar um projeto nacional de desenvolvimento que abrangesse áreas como a economia, a educação, a infraestrutura e a justiça social. A independência, portanto, serviu como alicerce para a construção de um Brasil mais inclusivo e igualitário.

No entanto, é fundamental ressaltar que a busca por um projeto nacional de desenvolvimento é um desafio constante e multifacetado. A história do país é marcada por diferentes visões e estratégias para alcançar esse objetivo. Tais divergências políticas e ideológicas são comuns em uma nação diversa como o Brasil.

A independência nacional, por sua vez, representa a soberania e a capacidade de determinar o próprio destino. Ela é o ponto de partida para a concepção de um projeto nacional que reflita os interesses e as aspirações de todos os brasileiros.

A busca por um projeto de desenvolvimento são elementos intrinsecamente ligados na história do Brasil. A independência fornece a base necessária para a construção de um futuro mais próspero e inclusivo, mas é a definição e a implementação de um projeto nacional que dará vida a essa visão. Portanto, compreender e nutrir essa relação é essencial para o progresso contínuo do país.

Ao contrário do que pode parecer de relance, o Projeto Nacional de Desenvolvimento não consiste em mais um movimento social ou um partido político, mas constitui, ao mesmo tempo, uma interpretação da formação brasileira, uma visão de País e um projeto de Nação. Ele defende a confluência da História, substanciada no passado, e do Projeto, orientado ao futuro, em uma visão de Brasil à altura da grandeza e da eternidade do nosso País.

Portanto, o Projeto Nacional de Desenvolvimento não se restringe a ambições meramente eleitorais de curto prazo, que muitas vezes estão limitadas pela chamada “arte do possível” em ciclos quadrienais. No entanto, é importante ressaltar que ele não negligencia a importância das eleições como um meio de expressão da vontade popular. Como o próprio nome sugere, o Projeto Nacional de Desenvolvimento coloca em destaque a prioridade de organizar um plano de construção nacional, nos conformes de uma dita Questão Nacional..

Esse questão nacional, teve movimentos históricos que marcaram o Brasil: o Primeiro Movimento (1500-1750), responsável pela formação da base físico-territorial nacional; o Segundo Movimento (1750-1822), caracterizado pela epopeia da Independência; o Terceiro Movimento (1822-1888), que focou na consolidação da Independência e na unidade e integridade territorial do Brasil; e o Quarto Movimento (1888-), que se referiu ao Brasil republicano, centralizado na Era Vargas e cujas questões permanecem pertinentes até os dias de hoje.

Desta forma, o Projeto Nacional de Desenvolvimento se posiciona em contraposição tanto à direita neoconservadora quanto à esquerda identitária. Ambas são vistas como abordagens que subordinam as questões internas brasileiras aos interesses e valores estrangeiros, especialmente aqueles do Atlântico Norte e seu núcleo anglo-saxão. Em contraste com as promessas dos defensores da globalização nas últimas três décadas, acredita-se que apenas nações que são robustas e têm a capacidade de definir suas próprias estratégias de desenvolvimento nacional e integração internacional com base em seus próprios valores podem aproveitar as oportunidades proporcionadas pela globalização. Portanto, a Questão Nacional assume um papel central e crucial para a sobrevivência nos dias de hoje. Isso implica necessariamente em rejeitar ideologias e programas que não estejam alinhados com a realidade brasileira, incluindo tanto a direita quanto a esquerda que adotam perspectivas cosmopolitas e estrangeiras.

A continuidade da construção nacional é um dos princípios centrais do movimento nacionalista e trabalhista, que se concentra na modelação das instituições e das relações políticas, econômicas e sociais dentro do contexto da Nação. Nesse contexto, a preservação da soberania nacional é considerada uma pedra angular crucial para a estruturação eficaz da democracia, da cidadania e do desenvolvimento econômico e social.

A razão subjacente a essa visão é que a soberania nacional fornece um alicerce essencial para a autonomia e a capacidade de autodeterminação do povo brasileiro. Quando um país mantém sua soberania, seus cidadãos têm a liberdade e a capacidade de tomar suas próprias decisões políticas, econômicas e sociais, sem interferências externas ou imposições estrangeiras. Isso, por sua vez, promove a independência e a autossuficiência, permitindo que os brasileiros tracem seus próprios rumos e persigam seus próprios objetivos de acordo com suas necessidades e valores internos.

Portanto a defesa da soberania nacional é essencial para conduzir a construção de uma sociedade democrática e um ambiente propício para o desenvolvimento econômico e social sustentável. A ideia subjacente é que, somente ao proteger e manter sua soberania, uma nação pode garantir que suas instituições e políticas estejam verdadeiramente alinhadas com os interesses e aspirações de seu povo, permitindo-lhes alcançar seu pleno potencial de maneira independente.

O Projeto Nacional de Desenvolvimento desempenha um papel fundamental como uma perspectiva de análise e um guia de ação. Ela serve como uma ferramenta que ajuda a ajustar o pensamento e o comportamento tanto do povo brasileiro quanto de seus representantes legítimos. O objetivo desse ajuste é contribuir para a construção de uma nação e uma civilização brasileira que sejam robustas e coesas em termos materiais, sociais e espirituais.

É como uma lente através da qual se podem interpretar os desafios e as oportunidades que o Brasil enfrenta. Ela também funciona como um caminho prático para orientar as ações que devem ser tomadas. A ideia subjacente é que, ao abordar questões relacionadas à Questão Nacional, como a ordem democrática, o desenvolvimento econômico, a justiça social, a autenticidade cultural e o orgulho nacional, o país pode criar uma sinergia positiva em que esses elementos se complementam e se fortalecem mutuamente.

Portanto, o Projeto Nacional de Desenvolvimento não é apenas um conceito abstrato, mas sim uma abordagem prática para moldar a trajetória futura do Brasil, buscando um equilíbrio harmonioso entre os diferentes aspectos da vida nacional e a construção de uma sociedade coesa e próspera.

Portanto faz-se necessário pensar alguns essenciais para esse projeto:

Certamente, vou elaborar de forma mais analítica nos pontos apresentados:

1. Desenvolvimento Econômico Real: O Brasil deve focar no desenvolvimento da indústria, infraestrutura e mercado interno como pilares para explorar seu potencial. Isso significa não depender unicamente de mecanismos de mercado, mas estabelecer parcerias entre governo, empresários, trabalhadores e classes médias para definir estratégias conjuntas que impulsionem o crescimento econômico e social do país. A visão aqui é de que o mercado deve servir aos interesses nacionais, não o contrário.

2. Soberania Nacional: Rejeita a interferência de organizações estrangeiras que, sob pretextos como proteção ambiental e direitos indígenas, buscam influenciar a gestão do território, economia e população brasileiros. A ênfase está na autodeterminação do Brasil sobre seus recursos e assuntos internos, respeitando princípios ambientais e direitos civis, mas dentro de um contexto de interesses nacionais, não internacionais.

3. Identidade Brasileira: Valorizar, promover e DEFENDER a identidade nacional, promovendo a autoestima do povo brasileiro e reconhecendo a diversidade cultural e a mestiçagem como componentes fundamentais da essência do Brasil. Isso é visto como um passo importante para construir uma comunidade de destino coesa e orgulhosa de sua herança multicultural.

4. Ênfase na Educação e Consciência Cívica: Dar a verdadeira importância à educação e à conscientização cívica como componentes essenciais para alcançar seus objetivos. Isso implica em investir na educação da população, capacitando os cidadãos com conhecimento sobre a história, cultura e valores brasileiros, bem como sobre questões políticas e econômicas. A conscientização cívica é fundamental para criar uma sociedade engajada e informada, que compreende a importância da soberania nacional e está disposta a contribuir ativamente para o desenvolvimento do país. Portanto, o PND valoriza a educação como uma ferramenta para fortalecer a identidade nacional e promover uma cidadania ativa e informada.

5. Convergência em Torno da Questão Nacional: Unir forças em prol da Questão Nacional, que é vista como o fio condutor da construção do Brasil como uma nação soberana e independente. Ele se posiciona como um movimento aberto a todos que compartilham esse objetivo, enfatizando a necessidade de convergência em torno desses princípios para avançar na construção do país.

Como pode ser claramente percebido, o Projeto Nacional de Desenvolvimento não aspira a reinventar o que já existe, mas sim a aplicar o sagrado bom senso nacional às questões vitais do nosso amado Brasil. Este movimento, incansável em sua devoção à pátria, transcende os limites de partidos e grupos específicos, abrindo suas portas amplamente para todos que desejam e têm o poder de contribuir para um Brasil verdadeiramente soberano e independente.

Hoje, neste Dia da Independência, elevo com orgulho a bandeira do Brasil, pois não busco a unanimidade cega, mas sim a vibrante convergência em torno da Questão Nacional, o fio condutor que há séculos tece o destino desta terra grandiosa. Que o Brasil continue a revigorar e perpetuar a liberdade e a busca em se emancipar frente a este mundo novo que se avista, honrando os feitos e façanhas de nossos heróis antepassados e celebrando a diversidade que nos une. Unidos, como brasileiros, retomaremos e daremos continuidade à construção de uma nação forte, independente e plena de orgulho. Feliz Dia da Independência!

Por Túlio Aramont.
Caboclo amazônida que se interessa em escrever sobre geopolítica à luz do trabalhismo.