Os petistas e a sabatina de Lula no Jornal Nacional

Os petistas e a sabatina de Lula no Jornal Nacional
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Por Cesar Benjamin – Meus amigos petistas estão bem felizes com o desempenho de Lula no Jornal Nacional de ontem. Têm boas razões. Os entrevistadores foram óbvios, como sempre, incapazes de formular qualquer questão surpreendente. Mas isso não tira o mérito de Lula, o único, a meu ver, que falou para fora dos seus eleitores consolidados. Pode ter somado votos novos, a esta altura muito preciosos.

Isso bastou para que um amigo virtual me enviasse uma mensagem ríspida pelo inbox, praticamente exigindo apoio a Lula, “o maior político da história do Brasil”.

O nível de exigência das pessoas anda muito baixo.

Depois de quarenta anos como participante de primeira linha da política brasileira e vinte anos como seu principal protagonista, Lula, quando se aposentar, entregará um país com Geraldo Alckmin a um passo da Presidência, o Congresso mais conservador da história, um povo desorganizado, desmobilizado e descrente na política e a extrema direita mais forte da nossa história.

Sua liderança congelou as reformas estruturais de que o Brasil necessita, desmobilizou e deseducou o povo, enfraqueceu as instituições populares, inclusive o PT, ampliou o predomínio conservador na vida nacional e normalizou a corrupção como forma de governança.

O resultado disso tudo, junto e combinado, foi uma anomia que resultou na ascensão do bolsonarismo, visto pela maioria da sociedade, em 2018, como reação ao lulismo. Agora, o próprio lulismo se apresenta como a reação possível ao bolsonarismo. O Brasil fica emparedado.

É claro que algo deu muito errado.

Do ponto de vista de uma política progressista, voltada para transformar qualitativamente a sociedade, o lulismo é um imenso fracasso. A boa entrevista não muda isso.

Por Cesar Benjamin