Um comentário rápido sobre o Congresso do PCdoB.
Acabei de ler a resolução do Congresso, documento chamado “Conclamação à nação”. É interessante como durante todo o documento, o PCdoB se coloca como defensor da democracia – democracia em geral, em abstrato, sem qualificar, sem adjetivo. Na prática, é um documento na linha da “democracia como valor universal”.
É curioso que um dos melhores escritos de crítica a “democracia como valor universal” é de um intelectual do PCdoB, João Quartim de Moraes e no site do PCdoB – o vermelho.org.br – você tem várias críticas ao eurocomunismo e a “virada democrática” (eu diria antileninista) das esquerdas brasileiras entre o final dos anos de 1980 para começo dos 90. Também não temos uma crítica a burguesia brasileira e Bolsonaro é apresentado como um ente em si e não portador de um projeto burguês de classe.
Na prática, é um documento que PDT ou PSB poderiam assinar sem problemas. Não entro nessa briga com o PCdoB sobre os 100 anos do Partido Comunista – seção brasileira da Terceira Internacional. Acho que a prática é o melhor sintoma da verdade. Embora tenha amigos e respeite muitos membros do PCdoB, uma resolução congressual que poderia ser assinada pelo PSB sem problemas, mostra bem onde está o legado do movimento comunista brasileiro.
Sigamos.