Por Camila Lisboa, presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, doutoranda do PPGS/USP e militante da Resistência-PSOL.
No Metrô, existe uma função fundamental que é o OPERADOR DE ESTAÇÃO. A direção do Metrô quer acabar com essa função. E isso está intimamente ligado com o processo de privatização.
Essa função é responsável por toda parte elétrica da estação, alinhamento na via, retirada de objeto na via, constatação dos problemas de falhas e atendimento ao público. Há também os serviços de zeladoria, que confere as condições da estação para melhor atender ao público.
A direção do Metrô não esconde o motivo dessas mudanças. Fala abertamente que é por causa da falta de funcionários. Ou seja, ao invés de ABRIR CONCURSO PÚBLICO, faz uma gambiarra de funções, comprometendo a qualidade e segurança do serviço.
E o que isso tem a ver com o processo de privatização? O processo de privatização de uma empresa pública não se dá apenas no dia do leilão de entrega. Antes da venda das empresas públicas para a iniciativa privada, há todo um processo de degradação dos serviços.
A precarização dos serviços públicos antes da entrega direta, através de leilão, é caracterizada por:
1) redução do quadro de funcionários;
2) reestruturação das funções;
3) sobrecarga de trabalho e
4) (por consequência) piora do serviço.
Uma das consequências da precarização do serviço é tentar ganhar a opinião pública para o projeto de privatização. Vende-se a ideia de que a privatização é a melhor solução para melhorar o serviço que eles mesmos tornaram ruim.
A luta contra a privatização precisa de organização, sistematização e apoio da população que é afetada por cada alteração do serviço. Precisamos do apoio de todos os passageiros do transporte público contra o retrocesso da privatização!
Por Camila Lisboa