Marinha substitui compras de empresa suíça de criptografia que pertenceu à CIA por um fornecedor nacional: o que está por trás disso?

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A Marinha vai parar de comprar da Crypto AG, uma empresa suíça que é testa de ferro da CIA e agora vai passar a encomendar tecnologia nacional. Assim nossos corações nacionalistas não aguentam, finalmente estaríamos diante de uma real guinada patriótica das Forças Armadas? Infelizmente, nem tudo que reluz é ouro…

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Primeiro, a Marinha não vai deixar de comprar produtos da CryptoAG devido suas ligações com o serviço de inteligência dos EUA ou por um surto nacionalista, mas porque a própria CryptoAG não aceita mais encomendas. Sendo assim, não resta outra opção para a Marinha. Isto é, a Marinha ainda vai continuar a usar normalmente os produtos da Crypto que já usava, mesmo sabendo que essa tecnologia é passível de monitoramento pela CIA. Segundo, o que garante que a tal empresa nacional de criptografia – a Kryptus – também não vai fazer o mesmo serviço que a CryptoAG fazia? Só que dessa vez, uma versão brazuca sendo a testa de ferro?

Pesquisando um pouco, nota-se que em dezembro de 2020 o CEO da Kryptus – Roberto Gallo – foi condecorado com uma medalha da Marinha. No mínimo estranho, pois já evidencia laços entre a empresa (ou o CPF?) e a força…

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Olhando o Linkedin do CEO da Kryptus, Roberto Gallo, das informações que o próprio postou, nota-se que Gallo é um dos desenvolvedores da arquitetura de segurança de hardware da nova urna eletrônica brasileira e já tem histórico de aproximação com os temas militares/defesa (Mas o Mourão disse que o sistema é robusto e que as Forças Armadas garantem a segurança das urnas rs).
Marinha substitui compras de empresa suíça de criptografia que pertenceu à CIA por um fornecedor nacional eO próprio Linkedin de Roberto Gallo trás mais essa informação: ele já passou pela Escola Superior de Guerra da Colômbia…

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Gallo também participou desse debate sobre cooperação Brasil-EUA em P&D, divulgado por um dos mais famosos portais de assuntos militares: “Na segunda etapa, o debate foi conduzido em torno dos desdobramentos do RTD&E, em particular no desenvolvimento conjunto de tecnologias e os seus arrastes para as indústrias de Defesa”.

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No mais, todos os questionamentos aqui são saudáveis para a compreensão e transparência daquilo que ocorre nas transações entre empresas de tecnologia e as Forças Armadas Brasileiras.