Marcelo Freixo nas asas de Armínio Fraga

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MARCELO FREIXO nas asas de Armínio Fraga ou dos pastores-empresariais, sob a cobertura mediática do indefectível Roberto D’Ávila. Patético, principalmente para quem assinou a sua ficha de filiação ao PSOL, lá nos idos de 2006. Mas é o que resulta dessa última entrevista na GloboNews.

UM PRENÚNCIO desabrido de gestão do Estado no conceito de gestão como se fosse empresa, com referência a acordos com empresários, sem uma vez sequer citar o termo trabalhador, ou sindicato, ou movimento social. Partido político, então, nem pensar. O perfil sem meias medidas de um candidato típico da ordem burguesa estabelecida. De uma centro esquerda bem moderada.

É O MARCELO FREIXO em novo diapasão. Um liberal. Falando de tráfico e milícia – falaciosamente igualados – como se um não fosse produto da barbárie gerada pela criminalização da maconha a a total ausência de oportunidades vitais para uma boa parte da população dessas áreas discriminadas, e o outro produto do crime organizado a partir das entranhas do próprio alto escalão do Estado repressivo.

A POLÍCIA TRATADA nos termos dos porta-vozes oficiais que lembram a situação trágica do “policial que sai de casa, beijando a filha, sem saber se vai voltar”. Que existe. Mas que deixou de ter protagonismo após os governos Brizola E nenhum referência minimamente compensatória aos trabalhadores das favelas, ou suas crianças a caminho da escola, ou da compra na tendinha vizinha, que terminam fulminados pelas ditas “balas perdidas”. E que de perdidas nada têm. por deliberadamente serem instrumentos de conscientes saraivadas sobre alvo indeterminado.

QUANTO À RECUPERAÇÃO econômica do Rio, a partir de citados assessores de currículo claramente voltado à geração cretina do “bom ambiente de negócios”, na lógica de que patrão não é explorador de mais valia da força de trabalho, mas gerador de emprego, a bula é a mesma dos Paes e Cabrais da vida. Criar condições para “atrair investimentos”, que só podem ser, é claro, via mais isenções tributárias ao capital. Não há citação de diálogo com trabalhadores, sindicatos e Partidos do campo do trabalho. Só com empresários.

ATENÇÃO ESPECIAL também para os templos evangélicos que passam a ser exemplo de mobilização social. Louvação à sua ação assistencial, sem uma referência à formação de ideologia voltada para a subordinação sem peias à ordem hierárquica da sociedade burguesa, Nenhum referência aos lucros brutais auferidos pelos isentos de tributo pastores das igrejas-empresas, especialistas na exploração de dízimos, mesmos que tratando-os como exceção, para deixar portas abertas.

SOBRE O AVANÇO da tecnologia, esvai-se a última esperança de uma afirmação contestatória progressista. Mais frases demagógicas da utilização de seu avanço nas tarefas corriqueiras na área de educação e da segurança, sem uma lembrança sequer de medidas a serem tomadas em proteção da imensa legião de uberizados em todas as profissões, por conta do estabelecimento da Indústria 4.0, pós-fordista, nas mãos do capital privado.

UMA ENTREVISTA, enfim a ser vista e revista pelos candidatos a cargos parlamentares e pelas direções dos partidos de esquerda que não têm vergonha de se apresentar como anti-capitalistas, como socialistas. Para que se comportem coerentemente com seus ideários programáticos.

PORQUE ELA é prova de que tão, ou mais, perigoso adversário da mobilização das massas trabalhadoras para a defesa de seus direitos, não é somente a direita tradicional, com sua experiência de poder e opressão na imposição de um regime neoliberal, privatista e antissocial. São, também, os que trazem o arsenal fraseológico da esquerda para servir de linha auxiliar da defesa dos interesses da burguesia que antes condenava.

Luta que Segue!!