Na sequências das entrevistas especiais para o Disparada, temos o prazer de ouvir a análise sobre as questões da atualidade, feitas por Jessé Souza. O sociólogo, professor universitário e pesquisador brasileiro que atua nas áreas de Teoria Social, pensamento social brasileiro e estudos teórico/empíricos sobre desigualdade e classes sociais no Brasil contemporâneo, concedeu esta entrevista através de videoconferência, a partir de Berlim – Alemanha.
Com uma visão bastante ampla sobre a formação da sociedade brasileira, Jessé estabelece paralelos interessantes entre a maneira como o povo brasileiro é visto, tratado ou se comporta e como isso é refletido nos problemas vividos hoje.
Com críticas extremamente contundentes ao presidente Jair Bolsonaro, o sociólogo considera que o declínio da Lava Jato e, consequentemente, das suas aberrações, pode significar o esvaziamento do atual presidente, a quem chamou de “esgoto humano”.
Jessé discorda da ideia de que a elite paulista seja a única responsável pela degradação da política e condição social predominantes no Brasil. No entanto nivela por baixo todas as elites do país e aponta como historicamente o racismo tem sido adaptado para que seja praticado sem resistência.
Jessé Souza afirma não conhecer “ninguém tão degradante como Bolsonaro”. Para o nosso entrevistado, Bolsonaro é “o pior político da história”. O intelectual tem opinião oposta sobre Getúlio Vargas, a quem atribui o mérito de ser “o maior estadista do Brasil”.
Pandemia, racismo, pobreza, elite, corrupção, destruição do estado brasileiro e uma avaliação profunda sobre a Lava Jato e o Brasil de hoje são alguns dos temas abordados nesta entrevista feita para o Disparada e que terá parte do material (áudio) publicado também na Rádio Kairós de Angola.
