Índia e EUA x China – A Índia ainda não ganhou as promessas

Por Uallace Moreira - A Índia tem adotado várias medidas contrárias à China, aproximando-se dos EUA. A principal promessa dos norte-americanos aos indianos seria a transferência de várias indústrias dos EUA para a Índia.
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Por Uallace Moreira – A Índia tem adotado várias medidas contrárias à China, aproximando-se dos EUA. A principal promessa dos norte-americanos aos indianos seria a transferência de várias indústrias dos EUA para a Índia.

Essa medida fortaleceria a Índia, principalmente para enfrentar a China. Mas isso não aconteceu. Por que?

O primeiro ministro Narendra Modi anunciou recentemente 10% do PIB em investimentos para tirar indústrias da China.

Os EUA têm ampliado as relações com a Índia para boicotar a China. Para Pompeo, Secretário de Estado, os EUA desejam uma “nova era de ambição” em seu relacionamento com a Índia, pois o país é um parceiro importante na defesa Indo-Pacífico.

A estratégia da Índia também passa em impor medidas restritivas aos produtos chineses em 5G e automóveis. O governo indiano considera impor restrições e tarifas mais altas às empresas e bens chineses.

As medidas incluem uma diretiva contra o uso de equipamentos de telecomunicações da Huawei Technologies e de outros fornecedores chineses. O setor automobilístico da China também está sendo alvo.

A Índia assinou com os EUA um pacto militar que alerta sobre ameaça chinesa. Os EUA estão costurando ampla aliança mundial para deter a China.

Narendra Modi afirmou recentemente: “a Índia vai se beneficiar da integração nas cadeias de abastecimento globais. Temos vantagens específicas na forma de democracia, demografia e demanda”.

A mídia indiana estava cheia de pompa e barulho em abril e maio, afirmando que cerca de 1.000 empresas manufatureiras dos EUA estariam se mudando da China para a Índia em meio à pandemia.

No entanto, apenas três das 56 empresas que saíram da China entraram na Índia em outubro de 2019. Dessas 56 empresas, 26 se mudaram para o Vietnã, 11 foram para Taiwan e oito para a Tailândia.

Os principais motivos para não realocar as fábricas para a Índia, acreditam agora os analistas, incluem certos fatores econômicos e não econômicos (relacionados à governança predominantes na Índia):

1º) Fazer negócios na Índia é muito mais complicado devido às longas formalidades legais do que na China. O Banco Mundial sugere que leva 18 dias para registrar uma empresa na Índia, enquanto leva nove dias na China.

2º) Adquirir amenidades básicas como terra, água e eletricidade necessárias para a manufatura não é tão fácil quanto em outros destinos. Por exemplo, leva de oito dias a três semanas para obter uma conexão elétrica.

3º) A Índia tem uma infraestrutura mais fraca e menos eficiente do que a China, como redes rodoviárias e ferroviárias. Os portos marítimos e aeroportos também são menos eficientes no manuseio de cargas do que na China.

4º) A estabilidade política e política da Índia é importante, embora seja verdade que eleições periódicas são realizadas e as transferências de poder são feitas sem problemas após uma eleição geral.

5º) É mais complicado para uma empresa sair da Índia do que entrar no país. A Índia tem tentado melhorar essa situação, mas suas medidas de reforma têm sido insuficientes e o processo ainda é complexo. O código de falências também é tedioso na Índia.

6º) A Índia é uma das economias de mercado emergente que apresenta oscilações cambiais relativamente baixas. No entanto, as oscilações cambiais da Índia são muito maiores do que as da China. A volatilidade da moeda aumenta drasticamente o risco do negócio. Em contraste, uma moeda estável reduz o risco e aumenta o investimento, as vendas, os lucros e o valor da marca de uma empresa.

7º) O tamanho do mercado interno. Embora o mercado interno seja um dos maiores do mundo em termos populacionais, a China tem cerca de 800 milhões de pessoas de renda média e alta. Por exemplo, a China foi o 3º maior mercado da Apple em 2019 e é o maior mercado da Ásia.

 

O contra-ataque da Huawei no mundo: Investimento de bilhões na Índia

Como forma de evitar os crescentes sentimentos anti-chineses na Índia, a Huawei anunciou investimentos de bilhões em centros de P&D no país.

A Huawei investiu US$ 2 bilhões e gastou US$ 200 milhões em seu centro de P&D na Índia nas últimas duas décadas. Essa é a maior unidade de P&D da Huawei com desenvolvimento contínuo de tecnologias centrais fora da China, disse a empresa.

A Huawei também administra o maior centro de serviço global da Índia, que lida com a operação de redes de telecomunicações em 30 países. Essas operações são apoiadas por 6.000 funcionários.

Nesse fio do Twitter, mostrei como Huawei entra em um novo mundo com as sanções dos EUA

Esse novo cenário mostra como é essencial o Plano de controle do governo chinês para orientar as empresas do setor privado para a “Nova Era”.