Por Andrielle de Moura Martins – Desde o início do governo Bolsonaro, o ENEM (Exame Nacional de Ensino Médio) e a educação pública por completo foram transformados em um grande espetáculo trágico.
Criado em 1998 na era FHC, o ENEM tinha como objetivo avaliar o desempenho dos estudantes do ensino médio. Mesmo tendo sido criado sob as hostes de um governo neoliberal, foi no momento atual, no auge desse modelo econômico, que o ENEM encontrou seu maior desafio existencial. Tudo porque, ao longo de seu caminho, ele foi aperfeiçoado e transformado em um grande instrumento de ascensão social para a juventude de classe baixa conseguir entrar em um ensino superior durante os governos petistas, que expandiram o exame.
Logo, o ENEM representa um perigo para a elite que sempre tentou pisar e menosprezar os menos favorecidos. Elite essa, que encontrou nos governos Temer e Bolsonaro aliados fortes a seus projetos de destruição de todo indício de educação popular.
As constantes alterações nas datas do ENEM, às faltas de proposta para educação, os escândalos envolvendo o MEC, são apenas uma ponta desse projeto destruidor. Não obstante deixar os estudantes ansiosos, os fazem perder sua perspectiva de futuro a curto e médio prazo.
É óbvio que tudo isso acaba fortalecendo a precarização da educação pública, que é muito necessária para que nossos estudantes possam sonhar e lutar por um futuro melhor e digno, além de fortalecer, é claro, a ideia de superioridade dos setores privados.
Educação sempre será a solução para um país desenvolvido. Seguimos firmes na luta em busca de uma educação de qualidade e para um ENEM que leve verdadeiramente em conta o princípio do surgimento das universidades na ldade Antiga e Idade Média: os locais de conhecimentos universais.
Tendo uma releitura dessa ideia, que a universalidade seja a inclusão dos pobres, negros, estudantes LGBT e tantos outros que merecem estar no seu lugar de lei universal para os estudos. Lutar pela organização e continuidade do ENEM é fazer justiça social para TODOS e TODAS!
Por Andrielle de Moura Martins
Diretora da UBES por SC e secretária de movimento estudantil secundarista pela JS PDT de Santa Catarina.
