Deus está morto: Pelé (1940-2022)

Deus esta morto Pele
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Edson Arantes do Nascimento é um civilizador. Deveria ser ensinado nas escolas no mesmo capítulo de José Bonifácio, Getúlio Vargas e demais construtores da pátria.

A morte de Pelé é a morte de um país que deu certo. Da música de Tom Jobim às curvas de Niemeyer. O Brasil do talento anarquico, da batida, do ritmo pulsante, curvilíneo. A plasticidade de um povo miscigenado, lindo e sagaz. A Roma dos trópicos, enfim.

Edson Arantes personifica tudo isso. A periferia do capitalismo submetendo o imperialismo à capacidade material de um gênio. Se eles têm Michelangelo, nós temos Pelé; se eles tem Miles Davis, nós temos Pelé. Se eles têm Voltaire, nós temos Pelé. E não ficamos atrás.

Os grandes homens da humanidade são aqueles capazes de prever tendências e pautar o presente com base num futuro hipotético. Pelé criou o futuro, inventou a forma do esporte que é hoje, o maior do planeta. Muito por causa dele, maior referência do “esporte bretão” tão brasileiro.

É a vitória da força contra a inércia. Da garra contra a sorte . O antidestino nacional, que dá norte a este site, é solidificado em Três Corações, no peito do homem que transformou a história de um povo.

Pelé e Brasil são uma coisa só. A simbiose perfeita do talento e da magia. A arte plástica em sua síntese mais esplêndida.

Não existimos e teremos que nos reinventar para seguir existindo sem o nosso maior embaixador. Mas com a certeza de que, em cada lugar deste mundo, uma criança pode vestir uma camiseta amarelinha e sonhar : Pelé existiu e existirá. Afinal, os Deuses não morrem – eles flutuam.